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Diário da Amazônia

Governadores firmam novo acordo com Temer

Em reunião, ontem, o presidente prometeu transferir os cerca de R$ 5 bilhões.

Por Agência Brasil
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Publicado: 02/12/2016 às 07h30min

Prsidente Michel Temer (c) teve mais uma reunião com grupo de governadores

Presidente Michel Temer (c) teve mais uma reunião com grupo de governadores

Os governadores que representam as 27 unidades da Federação decidiram, após assumirem o compromisso de controlar os gastos e de promover reformas da Previdência em seus Estados, não vincular a liberação dos recursos arrecadados com a regularização de ativos no exterioras às promessas de ajustes nas contas locais. Eles se reuniram ontem com o presidente Michel Temer e ouviram dele a disposição em liberar o dinheiro da chamada repatriação, mas informaram que as medidas de controle fiscal não serão condicionadas com o repasse dos recursos.

Independentemente das medidas econômicas, o Governo Federal prometeu novamente transferir, ainda neste ano, os cerca de R$ 5 bilhões das multas arrecadadas com a repatriação. No entanto, os Estados não vão mais retirar as ações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando os valores.

“A multa da repatriação é um problema do Supremo, tem que ser tratado separadamente. Se tivermos condição de a União pagar sem esperar decisão do STF, tanto melhor”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias.

Ele explicou que o único compromisso firmado, desvinculado da questão das multas, vai tratar das medidas econômicas que serão adotadas “de acordo com a realidade de cada Estado”.

“Certamente não há uma receita de bolo. As medidas a gente vai adotar num curto prazo, cada um no seu calendário. Vamos trabalhar para em 2017 termos o controle de despesas, redução do déficit da Previdência”, afirmou Dias, sem detalhar as medidas que constarão na carta como compromissos.

Multas

De acordo com ele, o presidente concordou em não associar o pagamento das multas ao acordo de ajuste fiscal firmado na semana passada. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia dito que o “pacto de austeridade” estaria vinculado à liberação dos recursos.

Para o governador do Pará, Simão Jatene, achar que haveria uma regra única para os 26 Estados e o Distrito Federal foi um “equívoco”. “Isso não é possível. Eu acho que o que nós fizemos, ao contrário do que se pode estar imaginando como recuo, foi um amadurecimento, porque se percebeu que a diversidade desse País exige que você tenha regras gerais, mas também que tenha a possibilidade de mediar isso. E é isso que estamos tentando fazer”, disse.

Os aspectos acordados em uma carta, cujos pontos principais serão o controle de despesas e o compromisso com a Previdência, terão prazo de dez anos para serem cumpridos. Simão Jatene exemplificou que a criação de um teto de gastos públicos, como está fazendo o Governo Federal, poderá ser atrelada a outros índices que não somente a inflação. “Você pode trabalhar variação de receitas”, citou. “O ajuste vai ter que ser feito não é porque alguém está mandando ou trocando alguma coisa pelo ajuste. As contas não fecham e não tem nenhum governador que vai querer ficar o resto da vida atrasando as contas ou não pagando salários”, apontou Jatene.



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