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Diário da Amazônia

Governo admite falhas na política contra desmatamento na Amazônia

Vice-presidente Hamilton Mourão reconhece que o desmatamento na Amazônia extrapola o índice aceitável

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Publicado: 14/07/2020 às 12h52min

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o desmatamento na Amazônia está além do limite aceitável e defendeu um combate efetivo do problema na região. “A gente não nega que houve desmatamento além daquilo que pode ser considerado como aceitável, ou seja, dentro dos 20% de cada propriedade rural e fora das unidades de conservação e terras indígenas”, afirmou durante debate virtual.

Mourão lembrou que o desflorestamento e as queimadas na região vêm sofrendo uma escalada desde 2012 e atingiu um pico no ano passado, o que motivou uma reação internacional. “De 2012 pra cá, nós entramos em uma ascensão do desmatamento, e consequentemente das queimadas, que se sucedem após a área desmatada, até que ano passado tivemos uma alta bem grande do desmatamento e que chamou a atenção do mundo a esse respeito”, destacou.

Para o vice-presidente, que desde fevereiro está à frente do Conselho da Amazônia, o governo federal herdou um problema de gestões anteriores com a falta de funcionários nos órgãos ambientais. “Isso vem ocorrendo porque as nossas agências ambientais foram perdendo a sua capacidade operacional. Nós recebemos, no nosso governo, tanto o Ibama como o ICMBio, com 50% do seu efetivo. E o efetivo que sobra não está destinado totalmente para a Amazônia, esse pessoal está espalhado em outras áreas do Brasil.”

Na semana passada, Mourão se reuniu com empresários brasileiros e investidores estrangeiros que cobraram ações mais efetivas para conter o desmatamento na Amazônia. Em junho, o governo federal chegou a receber uma carta de grupos empresariais internacionais com críticas à política ambiental e em que condicionavam os investimentos no país ao aumento, pelo governo, do controle do desmatamento e das queimadas na Amazônia.

Um novo decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado na sexta-feira (10) no Diário Oficial da União, prorrogando a presença das Forças Armadas na Amazônia Legal até 6 de novembro para atuar em operações de fiscalização e repressão de atividades ilegais de desmatamento e queimadas.

O vice-presidente também comentou a perspectiva para o desmate neste ano que, segundo ele, deverá ser parecido com o do ano passado. “Nós devíamos ter começado o combate ao desmatamento em dezembro do ano passado, ou no mais tardar, em janeiro desse ano. Fomos começar agora em maio. O Conselho da Amazônia foi criado só em fevereiro, até que a gente conseguisse se organizar”, explicou. Apesar de uma perspectiva de desmatamento em patamares elevados, Mourão destacou uma queda nos focos de queimada no primeiro semestre deste ano, segundo medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Em termos de desmatamento esse ano não será melhor, agora em termos que queimada, sim. Dados do Inpe colocam que nós tivemos uma redução de 20% em relação ao primeiro semestre do ano passado, isso é uma redução significativa e estamos atingindo um dos menores índices de queimada dos últimos anos.”

Com informações da Agência Brasil



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