Rondônia é o Estado brasileiro com a maior diversidade de povos indígenas. São várias terras indígenas, mas apenas três possuem plano de gestão de seu território. São as dos povos Suruí, Gavião e Uru-eu-wau-wau.
Quarenta lideranças indígenas, de 20 etnias do Estado, de todos os corredores etnoambientais, estão em Porto Velho para discutir durante dois dias o desenvolvimento sustentável das Terras Indígenas e a Política Estadual Indígena.
Recentemente, a Coordenadoria dos Povos Indígenas de Rondônia (Copir), ligada a Sedam para atender à demanda dos povos indígenas na participação, discussão, elaboração e implementação de políticas públicas voltadas aos indígenas, no que se refere a defesa de seu território, valores culturais, tradições, usos e costumes.
No primeiro dia, fizeram parte da mesa de discussão representantes de órgãos como a Funai, Ibama, MPF além dos parceiros como a ONG Kanindé e lideranças indígenas como Almir Suruí.
Ivanete Bandeira, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé defendeu a criação de políticas específicas para os povos indígenas levando-se em conta o cenário atual em que se encontram esses povos.
Hoje os índios sobrevivem do extrativismo com a produção de castanha, óleo de copaíba, farinha e outros produtos retirados da floresta. Mas precisam se integrar à política de mercado atual.
O índios gavião, por exemplo, coletam cerca de 80 toneladas de castanha por ano. Esses dados fazem parte do diagnóstico feito pela Kanindé na Terra Indígena Igarapé Lourdes há sete anos.
De acordo com Delson Gavião, além da produção nas aldeias, o que melhorou foi a articulação institucional dos índios com parceiros, já que a Funai não ajuda muito, enfatizou o líder gavião.