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RONDÔNIA

Empreendedorismo: Jornalista troca profissão por cachos

O número de mulheres que querem ter o seu próprio negócio vem crescendo e ganhando destaque em todo o País. De acordo com a última..

Por Portal SGC
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Publicado: 11/10/2014 às 12h46min | Atualizado 17/11/2018 às 23h53min

O livro, O Mundo no Black Power de Tayó, foi uma grande fonte de inspiração para Taísa

O livro, O Mundo no Black Power de Tayó, foi uma grande fonte de inspiração para Taísa

O número de mulheres que querem ter o seu próprio negócio vem crescendo e ganhando destaque em todo o País. De acordo com a última pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), divulgada pelo Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 52% dos novos empreendimentos são comandados por mulheres, que estão mais escolarizadas, têm mais acesso a informações e ousam empreender. Entre os anos de 2002 e 2012, o volume de mulheres à frente dos pequenos negócios cresceu 18%, enquanto que o dos homens teve um aumento de apenas 8%, de acordo com pesquisa do Sebrae.

Ousada e determinada, a jornalista Taísa Arruda, que durante dez anos, trabalhou nas redações de jornais impressos e emissoras de televisão, pediu demissão de um portal de notícias e abriu um espaço de dicado aos cabelos ondulados, cacheados e crespos. Ela conta que tudo começou com a necessidade de cuidar do próprio cabelo. “Comecei a alisar meu cabelo com 15 anos, por que eu cheguei no salão e o cabeleireiro disse que só conseguiria arrumar meu cabelo se ele estivesse liso. Eu acabei aceitando a opção e comecei a fazer relaxamento”, diz.

 

Medo de ficar careca 

Taísa recorda que durantes os primeiros meses, os cachos ficaram soltos, mas depois de um ano, seu cabelo ficou praticamente sem forma, nem era liso, nem era encaracolado. “A única solução que eu encontrei foi o alisamento. Na mesma época, já de cabelo liso, comecei a trabalhar na televisão, e na época, o “padrão” bonito era o cabelo chapado. Fui fazer uma especialização em São Paulo, e quando cheguei lá não encontrei um salão que utilizasse os mesmo produtos que eu usava antes. Eu tinha muito medo de ficar careca e decidi deixar meu cabelo sem nenhuma química, foi quando eu virei a louca do cabelo”,destaca.

Taísa conta que começou a ser questionada pelas amigas quanto aos tipos de produtos que ela usava e quais os cuidados ela tinha com seu cabelo. “Depois de muitos pedidos, eu fiz uma reunião na minha casa para explicar e demostrar o que eu fazia. Na ocasião eu convidei cinco e apareceram quinze. Expliquei que a gente não usa pente, não usa escova, eu mesma estou há quatro anos sem usar pente e mesmo assim elas não conseguiam um bom resultado, foi quando surgiu o grupo Cacheadas RO no Facebook”, lembra a jornalista.

Ritmo frenético de hidratações 

Arruda comenta ainda que seu grupo começou com quinze pessoas e hoje já ultrapassa as duas mil . “No grupo eu passo informações e dou dicas. Mas, a mulherada não ficou satisfeita só com o grupo. Elas começaram a pedir uma hidratação aqui, outra ali. Quando eu dei por mim eu estava tirando meu plantão no portal e no restante do dia eu hidratava cabelo, e no meu dia de folga eu hidratava cabelo, quando dei conta eu já estava em ritmo frenético”, diz.

Com trinta clientes fixas, Taísa conta que não tinha mais condições de trabalhar produzindo matérias e hidratando cabelos, ela sabia que precisava escolher um dos segmentos e investir. “Pedi demissão e resolvi investir em um espaço dedicado aos cabelos cacheados, ondulados e crespos. Com muita correria e o apoio da família e dos amigos, consegui inaugurar no dia 15 de agosto, o Tayó”, expõe.

 

Cabelos na sua forma natural 

Ela conta que no seu espaço as clientes aprendem a aceitar os cabelos na sua forma natural. “Não trabalho com química. Eu fiz um curso de corte e hidratação para poder atender às clientes. Hoje conto com a ajuda do meu irmão para cuidar da agenda e do espaço. O número de clientes aumentou três vezes desde a inauguração. Já estou elaborando um plano de negócio, com o auxílio do Sebrae para saber a hora certa de aumentar o espaço, os serviços oferecidos e principalmente fazer maiores investimentos”, diz.

Realizada com seu empreendimento, Taísa declara que tudo que aprendeu com o jornalismo ao longo dos anos, está sendo utilizado no seu dia a dia como empresária. “O jornalismo me ajudou muito na hora de começar. Eu sabia que precisava registrar a minha marca com o Sebrae, sabia as autorizações que precisava pegar para abrir uma empresa. Agora com tudo caminhando bem, o jornalismo continua me ajudando. Através dos conhecimentos que eu adquiri, eu consigo administrar a página do Tayó no Facebook, saber as fotos certas para postar, os horários. Eu larguei o jornalismo por um tempo, mas ele está lá guardadinho em um lugar especial. Eu não tenho problema em recomeçar, se algum dia for preciso voltar para as redações, eu vou voltar. Se tem um coisa que eu gosto é de trabalhar, então eu trabalhando no que eu gosto está tudo ótimo”, finaliza a mais nova empresária de Porto velho.

 

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