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Diário da Amazônia

Justiça Rápida atende vítimas da enchente, em São Carlos

Dona Antônia Leal, de 81 anos, foi resgatada pouco antes de ter a casa tomada pelas águas. Ficou três meses em Porto Velho até o rio..

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Publicado: 11/08/2014 às 14h15min | Atualizado 29/04/2015 às 05h06min

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Área do distrito ficou completamente inundada com a enchente do rio Madeira deste ano

Dona Antônia Leal, de 81 anos, foi resgatada pouco antes de ter a casa tomada pelas águas. Ficou três meses em Porto Velho até o rio Madeira baixar o nível e voltar para o distrito de São Carlos, local onde sempre viveu e se sente bem, como fez questão de destacar à juíza coordenadora da operação Justiça Rápida Itinerante no Baixo Madeira, Sandra Silvestre.

A aposentada disse que contou com a ajuda dos vizinhos para limpar sua residência pois tem muitas dificuldades de locomoção. Chegou ao barco onde ocorrem os atendimentos, apoiada num taco de sinuca. No domingo, dia 3 de agosto, procurou a Justiça para atendimento médico e garantir benefícios, como a cesta básica.

“A falta de mobilidade não pode impedir que dona Antônia tenha acesso à assistência, por isso garantimos junto a Defesa Civil, que ela receba o alimento distribuído aos ribeirinhos”, esclareceu a magistrada, que foi pessoalmente até a casa da pioneira para averiguar as condições.
Deparou-se com todas as dificuldades estruturais, mas também com a força e determinação de uma cidadã que quer fazer valer os seus direitos fundamentais.

Como Dona Antônia, vários outros ribeirinhos buscaram na Justiça soluções para garantir os serviços essenciais para o distrito mais atingido pela cheia histórica. As reclamações vão desde a cobrança de contas de energia e telefone pelas operadoras, mesmo durante a interrupção dos serviços em consequências das enchentes, até o restabelecimento do atendimento de saúde e educação.

A população limpou prédios públicos como quadra, colégio, posto de saúde, mas reclama que a contrapartida do Poder Público é lenta ou inexistente. Segundo os moradores, as aulas só recomeçaram por iniciativa dos próprios professores, porém muitos alunos não conseguem chegar até a escola por falta de transporte escolar.

A limpeza da localidade ganhou reforço com a chegada da operação Aciso, parceria do Exército com a Justiça Rápida. 45 homens foram a São Carlos para os mais diversos serviços, tais como retirada de entulhos e terras, reparos e pinturas nos prédios, recreação com as crianças (oficina de desenho e música), além de atendimento médico e odontológico, serviços já oferecidos nas demais localidades visitadas pela Justiça Rápida.

“A presença do Exército foi um diferencial na operação realizada no abrigo único no parque dos Tanques, e não poderia ser diferente na Aciso realizada em São Carlos. Até a banda da 17ª Brigada compareceu e contribuiu para tornar o trabalho mais leve, diante de tanta devastação e problemas sociais no distrito”, observou Sandra Silvestre ao acompanhar o hasteamento da bandeira, realizado como ato simbólico do enceramento das atividades. Quem teve a honra de hastear pavilhão foi o menino Hércules, orgulhoso da função que recebeu.



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