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Diário da Amazônia

LENHA NA FOGUEIRA

Vamos ocupar parte deste espaço, com o artigo que nos foi enviado pelo produtor cultural Judilson Dias (*).   Recentemente tivemos a..

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Publicado: 16/08/2014 às 13h45min

fogueiraVamos ocupar parte deste espaço, com o artigo que nos foi enviado pelo produtor cultural Judilson Dias (*).

 
fogueiraRecentemente tivemos a inauguração de parte do complexo cultural do Estado, que engloba o Teatro Guaporé – com capacidade para 230 espectadores -, e o Teatro Palácio das Artes, que a partir de setembro, quando for inaugurado, comportará 1.000 espectadores.

 
fogueiraA sala menor foi inaugurada em alto estilo com a apresentação do Espetáculo “A Falecida”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, encabeçada pela experiente (inclusive em Nelson Rodrigues) atriz Lucélia Santos. Nos três dias de apresentação o público superlotou o teatro: muita gente voltou da porta por falta de ingressos.  Já expressei anteriormente a minha alegria em ver fila na frente do teatro, e até em ver pessoas voltando devido à lotação esgotada das salas: um sonho acalentado ao longo de muitos anos de luta de toda uma geração de artistas para formar um público consumidor de cultura em Nosso Estado.

 
fogueiraAgora surgem novas necessidades e reflexões: depois de tanto sofrimento e espera por estas construções estaremos preparados para utilizá-las adequadamente? Os artistas estarão profissionalmente preparados para assumir esta tarefa?  Como anda o nosso volume e qualidade de produção? Estamos articulados politicamente como movimento cultural?  Os órgãos de cultura do Estado proporcionam hoje mecanismos de fomento à produção e circulação da nossa produção artística? Onde andam os editais de fomento? E os fundos de cultura dos municípios e do Estado? São questionamentos que carecem reflexão e respostas.

 

 

fogueiraOutra questão que me preocupa ainda mais: este público que fez longas filas na porta do teatro estará também preparado para abraçar as produções locais? Lotar teatro com produções de fora é fácil e acontece em toda parte, mas prestigiar os artistas locais são outros quinhentos!  Estará este público (que foi acostumado a não pagar ingresso) interessado em contribuir economicamente para consumir cultura?   Estará ele bem informado e sabendo diferenciar produções oriundas de incentivos fiscais, com ingressos baratos, de produções privadas, com fins lucrativos?

 
fogueiraEm minha experiência de 20 anos como produtor cultural sinto-me entusiasmado a trazer várias atrações para estes novos espaços, mas sei que muitas vezes não é possível conseguir financiamento público ou patrocínio privado, e nessa condição será viável assumir responsabilidades com a compra de passagens, hotel, cachês, impostos e divulgação?  Será que nosso público acostumado à gratuidade será parceiro nessas empreitadas culturais, ou continuará pagando apenas ingressos caros em shows sertanejos, baianos e carnavais fora de época?  Com a palavra os artistas, gestores culturais e a razão do nosso viver: o público. (*) O autor é diretor teatral e produtor cultural.

 
fogueiraSó não concordo, quando autor interfere na preferência cultural do povo. Se o cara gosta de show sertanejo que pague o preço do espetáculo, assim como se gosta de carnaval fora de época, que pague pelo abadá. O pagamento ou não de ingresso, se impõe pela qualidade da produção.

 
fogueiraAgora vamos para o espetáculo musical “Momentos de Amor”, do Sandro Bacelar, que acontece hoje no Mandakaru a partir das 21h.

 
fogueiraO repertório selecionado com canções que embalam o coração e a alma do ouvinte somado à sensibilidade e maestria do acorde de Sandro Bacelar, convidam o público para um reencontro e imersão no saudoso mundo da música romântica brasileira.



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