Por conta da cheia histórica do rio Madeira, que chegou a registrar 19,54 metros, parte dos feirantes do Shopping Popular da Avenida Rogério Weber, foi provisoriamente transferida para a Praça Marechal Rondon, conhecida como ‘Praça do Baú’ e para a Praça Jonathas Pedrosa, ambas na avenida Sete de Setembro. A prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo (Semdestur) e Procuradoria-Geral do Município (PGM), está alugando dois imóveis na mesma avenida para instalar os pequenos comerciantes que se encontram nas praças.
Segundo o secretário da Semdestur, Geraldo Afonso, o processo de locação está na PGM e os contratos devem ser assinados ainda neste mês. “Trabalhamos com a previsão de que o local esteja em funcionamento até ao final deste ano. Assim que assinarmos os contratos, entraremos nos imóveis para efetivarmos os serviços de reformas e de adequação para a instalação dos boxes. Somente com esta parte deve demorar uns dois meses”, explicou.
Nova estrutura terá 300 boxes
Os imóveis são amplos e a infraestrutura será totalmente adequada aos negócios. Serão instalados banheiros suficientes e ar refrigerado em toda a extensão dos edifícios. “Vamos montar a estrutura necessária para dar uma boa condição aos permissionários e seus clientes. Queremos que o local sirva como um padrão de shopping popular. Nossos engenheiros já estiveram nos imóveis e já avaliaram como será possível alocar 300 boxes. Com esse espaço, todos os pequenos comerciantes que estão nas praças ficarão bem instalados”, afirmou Afonso.
Local não favorece as vendas
Entre os permissionários, alguns se mostram insatisfeitos com as novas instalações. Alegam que o local pode não favorecer as vendas, tal como está acontecendo nas praças. “A grande maioria, porém, está favorável. Admitem precisar de um espaço que ofereça condições mais dignas de trabalho. Alegam que as praças não oferecem segurança suficiente, principalmente agora, em que se inicia o período chuvoso”, disse o secretário.
Segundo a vendedora Sueli Silva, para garantir uma segurança miníma no local, os comerciantes são obrigados a pagar vigilantes particulares. “Nossa luta aqui é diária. Não temos um dia de paz ou sossego. Não consigo dormir tranquila sabendo que posso chegar aqui de manhã e não encontrar nada”, relata Sueli.
A ambulante Izadete Correia, conta que teve seu box de madeira arrombado. “Tentaram por duas vezes roubar minha mercadoria e na terceira conseguiram. Já estou quase desistindo dessa vida aqui. Eu não tenho condução e não posso carregar nas costas as minhas mercadorias. A falta de segurança aqui é grande”, desabafa Izadete.
Ministério Público solicita esvaziamento das praças
Afonso informou também que as providências tomadas pela prefeitura satisfazem as recomendações do Ministério Público, que pediu o esvaziamento das praças devido ao comprometimento da mobilidade das pessoas pelos logradouros públicos. “Nós alocamos esse pessoal nas praças em virtude da enchente do rio Madeira. Era uma situação de emergência e tivemos que considerar que essas pessoas tiram desses trabalhos o sustento de suas famílias. Nossa preocupação com o social sempre esteve acima dos interesses estéticos, em relação à situação de como a cidade seria vista com a presença deles nas praças. Mas já encaminhamos resposta ao Ministério Público explicando o andamento do processo e as medidas que estão sendo tomadas. A situação atual é de espera pelo encerramento dos procedimentos burocráticos na PGM e em seguida iniciaremos a reforma. Além de tudo disso, a Semdestur fará também uma grande divulgação publicitária para tornar o novo Shopping Popular conhecido por toda a população”, finalizou o secretário.