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Diário da Amazônia

Palocci revela detalhes do esquema de propina 

O ex-ministro informou à Polícia Federal como funcionava o esquema

Por Diário do Poder
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Publicado: 29/05/2018 às 09h26min

O ex-ministro Antônio Palocci informou detalhes sobre como funcionava o esquema (Foto: Divulgação)

Preso há 20 meses e condenado a 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-ministro petista Antônio Palocci está cumprindo a promessa de revelar informações detalhadas capazes de garantir “mais de um ano de Lava Jato”. Deprimido, com dez quilos a menos e sem perspectivas de sair da cadeia, Palocci expôs em sua delação a acusação de que o ex-presidente Lula contava com um serviço particular de entrega de propina, através do motorista do próprio ex-ministro, que em apenas uma das entregas, repassou R$ 10 milhões ao líder petista que também está preso e condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Palocci disse à Polícia Federal que havia R$ 40 milhões reservados na contabilidade da corrupção da Odebrecht para suas “despesas pessoais” e que um “pacote de propinas” fechado por Lula com Emílio Odebrecht chegaria a R$ 300 milhões, para beneficiar o ex-presidente petista e Dilma Rousseff, eleitoral e pessoalmente, com recursos desviados da Petrobras por empreiteiras, em esquema tramado no gabinete presidencial do Palácio do Planalto.

Segundo reportagem da IstoÉ, Palocci disse que Lula recebia propina e as senhas para se referir ao pagamento do dinheiro sujo de um motorista do ex-ministro, porque o petista não dirigia o próprio carro. O ex-coordenador das campanhas petistas apresentou datas, horários e locais onde o dinheiro era entregue; a exemplo da ocasião em que seu assessor direto, Branislav Kontic, o “Brani”, num fim de semana, entregou um pacote para o ex-presidente petista, na sede do Instituto Lula, em São Paulo.

Palocci afirma que o ex-presidente Lula recebeu mais de R$ 10 milhões em dinheiro vivo das mãos de Brani. Mas não foi só isso. No fim de 2010, segundo a reportagem de Germano Oliveira e Tábata Viapiana, o assessor de Palocci transportou várias remessas de dinheiro vivo para Lula, em quantias que somavam R$ 50 mil cada pacote.

Ainda segundo Palocci, valores que atingiram R$ 40 milhões para Lula ficavam reservados na conta “Amigo”, mantida no departamento de propinas da Odebrecht. E somente o ex-ministro podia autorizar a movimentação do dinheiro, que seria uma contrapartida à facilitação das operações da Odebrecht no governo Dilma, com quem Marcelo Odebrecht não tinha boa relação.



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