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Diário da Amazônia

RAiNHA DE UM REINO INEXISTENTE

O PT o aumento do índice de rejeição da presidente Dilma, estimado em 47% na última pesquisa do Ibope. O número supera o das..

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Publicado: 31/07/2014 às 13h01min

O PT o aumento do índice de rejeição da presidente Dilma, estimado em 47% na última pesquisa do Ibope. O número supera o das preferências, estagnadas em 38%. As esperanças do partido são de que a popularidade crescerá a partir da propaganda eleitoral gratuita, em agosto. Conseguirá reduzir o número negativo, até outubro?

Todo presidente da República desgasta-se quando chega e exerce o poder. Fernando Collor, Fernando Henrique, o próprio Lula e Dilma Rousseff são exemplos recentes. Como exceção, destaca-se o saudoso Itamar Franco, que aterrissou no palácio do Planalto de surpresa, de mãos abanando, sem nada que alimentasse as expectativas nacionais. Saiu elegendo o sucessor e sob os aplausos gerais, não apenas por conta do Plano Real, mas por haver adotado postura inflexível diante da corrupção. Também pela forma educada de como enquadrava seus ministros e os partidos da base oficial, ao mesmo tempo não empurrando para debaixo do tapete os problemas que se sucediam no país. Em especial, porém, porque não se julgava acima da sociedade que por uma surpresa do destino levou-o a conduzi-la.

Dilma assumiu bafejada pelas realizações sociais dos oito anos do Lula e pela postura de gerentona que, além de desenvolver a melhoria de vida das classes menos favorecidas, passaria o rodo nas mazelas deixadas pelo antecessor. Até que começou bem, não poupando os caciques dos partidos incrustados na aliança costurada pelo primeiro-companheiro para garantir maioria parlamentar. No primeiro momento viram-se catapultados líderes de partidos, como o PR, o PDT e o PTB, ministros como os do Turismo e da Casa Civil, além de empresários e líderes sindicais flagrados em malfeitos.

A presidente, porém, perdeu-se nos meandros do próprio ego e nos compromissos herdados do Lula. Nunca havia disputado uma eleição, nenhuma aproximação tinha e continuou sem ter com o Congresso e com o povão. Desdenhou da imprensa, dos governadores e de seu próprio partido. Espalhou o terror junto a seus auxiliares pela forma de como os tratava. Isolou-se. Comportou-se feito rainha de um reino inexistente. Tudo chegou à opinião pública. Vieram as primeiras vaias, ela não entendeu. Imaginou que distribuir benesses e implementar ainda mais o assistencialismo bastariam para reforçar o pedestal onde se refugiou. Ignorou a lição de que, nos tempos atuais, o monarca precisa freqüentar os súditos. Ao menos dar a impressão de ser um deles.



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