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RONDÔNIA

Risco de desabamento no Cai n’Água

Os trabalhadores da localidade se mantém alertas, caso haja um deslizamento.

Por Emerson Machado Diário da Amazônia
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Publicado: 04/11/2015 às 05h00min | Atualizado 04/11/2015 às 08h19min

Pelo Terminal Hidroviário do Cai n’Água passam cerca de 36 mil pessoas por ano e muitos destinos têm a origem ali: como a capital do Amazonas  Fotos: Jota Gomes/Diário da Amazônia

Pelo Terminal Hidroviário do Cai n’Água passam cerca de 36 mil pessoas por ano e muitos destinos têm a origem ali: como a capital do Amazonas Fotos: Jota Gomes/Diário da Amazônia

O Terminal Hidroviário Cai n’Água tem passado por uma situação de dúvida há mais de uma semana. Um buraco se abriu na barreira de concreto que protege a estrutura de escritórios (ao lado do Mercado do Peixe) do rio. Na ocasião em que o buraco se abriu, rachaduras ficaram evidentes no calçamento feito ao redor do prédio. Os trabalhadores da localidade se mantém alertas, para caso haja um deslizamento de terra – o que comprometeria toda a estrutura.

De acordo com Tomás Scolari, conhecido como Hulk, não se sabe quanto tempo levará até que os reparos necessários sejam feitos. Ele trabalha no escritório de uma companhia de barcos, que faz viagens pelo rio Madeira. Hulk contou ainda o que teria causado a abertura do buraco. “Há quase dois meses, um cano estourou embaixo do prédio e toda a água foi se acumulando na terra embaixo [do edifício e do calçamento]. É um problema de infiltração, que ficou fora de controle”, destacou.

Ele afirmou ainda que o problema da infiltração já era de conhecimento de todos, pois a água começou a vazar pela encosta artificial feita na época da construção, que durou de 2008 a 2012 e passou por problemas de licitação. “Se você prestar atenção no buraco [que se abriu na encosta], verá que a água não para de sair de lá. É que o cano estourado ainda precisa de reparo. Está vazando ainda. E não é difícil consertar tudo antes que algo mais grave aconteça”, disse Hulk.

Investimento de R$ 15 milhões

Pelo Terminal Hidroviário do Cai n’Água passam cerca de 36 mil pessoas por ano e muitos destinos têm a origem ali: como a capital do Amazonas, Manaus, a cidade de Humaitá e o distrito de Calama, ainda no Estado de Rondônia. Foram investidos R$ 15 milhões até a inauguração do porto, em 2012. “Não temos como deixar o porto e ir trabalhar em outro local, mas estamos com medo, pois se der uma chuva mais forte, corremos o risco de sofrer um deslizamento [da terra embaixo do edifício] e, Deus me livre, uma tragédia”, comentou um trabalhador de uma companhia de barcos que não quis ser identificado.

Hulk concorda com ele, pois as rachaduras no calçamento estão cada dia mais evidentes. A equipe de reportagem do Diário constatou o fato, pois esteve no local logo que o buraco na encosta apareceu. As rachaduras no calçamento eram discretas e

Um buraco se abriu na barreira de concreto que protege a estrutura de escritórios

Um buraco se abriu na barreira de concreto que protege a estrutura de escritórios

quase não aparentavam risco, mas esta semana elas estão maiores e até buracos já começaram a aparecer por cima da encosta. “Se uma chuva forte acontecer, mais infiltração e mais risco de ficar aqui”, disse.

Mercado do peixe virou a cracolândia de Porto Velho

Para o trabalhador, os gastos para reparo da situação atual não seriam altos, mas que está sem esperanças de que alguma coisa seja feita rapidamente. “É claro que o reparo sairia mais barato do que lidar com o desabamento de tudo isto aqui, mas estamos acostumados a não ter assistência enquanto os problemas ainda são pequenos. Somente quando tudo é perdido é que começam as tentativas de consertar os erros”, afirmou Hulk.

O sentimento para os comerciantes do local (que também aproveitaram a equipe para reclamar da situação no Mercado do Peixe, se referindo a ele como a “Cracolândia de Porto Velho”) é que situação de risco deve continuar. Infelizmente, até o fechamento desta edição, o Diário não conseguiu contato com a prefeitura, para saber se os responsáveis pela manutenção do terminal hidroviário já tinham algum plano de reparo.



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