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PLANTÃO DE POLÍCIA

Rondônia entre os Estados mais violentos

Relatório Nacional mostra crescimento de crimes de assassinato.

Por Da Silva Diário da Amazônia
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Publicado: 16/10/2015 às 07h20min

Os números apresentados, referentes ao ano de 2014, superam as taxas verificadas durante o ano de 2013.

A violência continua dando as cartas no País e, as regiões Norte e Nordeste, a exemplo de anos anteriores, ainda são as que detêm o avanço dos maiores índices de prática de homicídios. Esses números negativos incluem o Norte com a 2ª maior taxa de assassinatos, superando o Sul e o Sudeste brasileiros. Rondônia é o 11º Estado mais violento do País se considerarmos a taxa média por grupo de 100 mil habitantes. O índice rondoniense é de 30.0, enquanto o primeiro colocado no ranking da violência, o Ceará, apresenta taxa de 46.9. Os dados foram apresentados na manhã de ontem pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, através do relatório “Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios”.

Os dados fazem referência ao ano de 2014 e apresentam duas frentes, números absolutos e taxa por grupo de 100 mil habitantes. Em números absolutos, Rondônia traz o quantitativo de 525 casos. Porém, é sobre a proporcionalidade que a situação apresenta-se grave. De acordo com o relatório, com população pequena, considerando os mais populosos Estados brasileiros, Rondônia deveria apresentar realidade menos agressiva, no que diz respeito a essa proporção em crimes violentos. O índice de 30.0 em 2014 supera o ano anterior, de 2013, que foi de pouco mais de 26.0. Outro ponto que também se agrava é quanto aos homicídios praticados contra a juventude. Em todo o País, o número de mortes registradas foi de 3.561 casos, entre causas externas, com 70,7%, e 29,3%, para causas naturais. Em razão do crescimento da participação dos homicídios com avanço etário, nos jovens de 16 anos, segundo o Mapa da Violência, essa causa já representa 43,1% do total de mortes acontecidas em 2013.

Mapa da violência 

Os comparativos do relatório da Secretaria Nacional de Segurança Pública convergem com os dados apresentados pela pesquisa desenvolvida por Júlio Jacobo Waiselfisz, aspectos armas de fogo, através do Mapa da Violência, versão 2013. O estudo já apontava o crescimento do índice de mortes por homicídios. De acordo com os dados, em 2013, houve 53.646 mortes violentas, incluindo vítimas de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. O número é 1,1% superior ao de 2012.  A taxa de crimes por cada 100 mil habitantes atingiu 26,6 com ênfase para as polícias brasileiras que mataram 11.197 pessoas nos cinco anos anteriores a 2013. Também foi feito ressalva à morte de policiais que atingiu o número de 1,7 mil, com 75,3% desses fora de serviço.

Avanço de crimes na realidade nacional 

De acordo com o relatório da Secretaria Nacional de Segurança Pública, a região com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes do País é o Nordeste (33,76), seguida da Região Norte (31,09) e do Centro-Oeste (26,26). As regiões Sudeste e Sul apresentam taxas menores, 16,91 e 14,36, respectivamente. No Nordeste, o Estado com a maior taxa por grupo de 100 mil habitantes é o Ceará, com 46,9 homicídios, equivalente a 4.144 mortes, seguido de Sergipe (45 assassinatos por 100 mil habitantes). No Estado do Ceará, as maiores taxas de homicídios dolosos são registradas nas cidades de Fortaleza (72,7), Maracanaú (73,7) e Caucaia (65,8), na região metropolitana. Em números absolutos, o Estado que registrou o maior número de assassinatos em 2014 foi a Bahia, com 5.450 (36 por 100 mil habitantes). Em seguida, estão Rio de Janeiro (4.610) e São Paulo (4.294), com taxas de 28 e 9,8 por grupos de 100 mil habitantes. No ranking absoluto, o Ceará aparece em quarto lugar. Santa Catarina, com 587 mortes, registra a menor taxa do país (8,7 homicídios por 100 mil habitantes). “Para se ter uma noção comparativa no âmbito internacional sobre essa taxa, países com históricos de guerra civil, como o Congo (30,8), e com altas taxas de homicídio associadas ao narcotráfico, como a Colômbia (33,4), possuem taxas menores que as do Nordeste brasileiro”, informa o relatório.

Metodologia

De acordo com o Ministério da Justiça, o diagnóstico fez um recorte com 80 municípios, localizados nas 26 unidades da Federação e a região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal, somando 81 localidades prioritárias de ação, agregando 22.569 registros de homicídios dolosos em 2014, o que representa, aproximadamente, 50% do total de assassinatos registrados no Brasil. A intenção do ministério é que o estudo sirva de ferramenta de gestão para os Estados no enfrentamento da criminalidade, observando as coincidências entre as altas taxas de homicídio e outros problemas sociais, econômicos e culturais. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) de 2014.

 



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