Foi em tom de indignação que o presidente do Simero – Sindicato dos Médicos , William Paschoalim, se manifestou após ler detalhadamente o Edital lançado na semana passada do concurso da Prefeitura de Ouro Preto D’Oeste nas vagas oferecidas para médico. O salário inicial previsto no edital é mais baixo que a de um gari na cidade de Porto Velho. “Sem querer desmerecer a profissão de gari que também possui sua importância, o salário pago a um médico deveria ser bem maior porque é uma profissão que exige um nível de graduação e pós-graduação, precisando de até 10 anos e estudos”, comentou.
Segundo Paschoallim, exemplos como esse de Ouro Preto demonstram de que forma as administrações municipais tratam a saúde: sem investimento, sem valorização e sem qualquer tipo de planejamento. “Trabalhando pelo Programa Mais Médicos, como generalistas estrangeiros, colegas sem CRM revalidado ganham quase dez vezes mais que esse valor oferecido pela prefeitura de Ouro Preto. Como é que se pretende mudar a situação da saúde no Município com um salário desses? Como eles esperam que algum médico vá querer se inscrever num concurso desses?”, questionou.
O salário pago a médicos nas prefeituras, segundo o dirigente do Simero, é responsável direto por outra questão importante: a não interiorização de especialistas em municípios grandes ou pequenos fora da capital do Estado, onde se pratica um valor salarial mais em conta. “Enquanto não houver planejamento e valorização a saúde vai continuar do jeito que está”, falou.
Além de poucas vagas, segundo Willian Paschoalim, a prefeitura de Ouro Preto está oferecendo um salário de R$ 1.693,00 de salário, para 40 horas de trabalho, para várias especialidades como pediatria, ginecologista, cirurgião e ortopedista. (AI)
