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RONDÔNIA

Sistema de bandeiras tarifárias entra em vigor

A partir deste mês, os moradores de vários Estados do Brasil devem receber faturas sinalizadas com bandeiras de acordo com seu consumo...

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Publicado: 18/01/2015 às 03h05min | Atualizado 28/04/2015 às 12h44min

As contas de luz do mês de janeiro já estão com o adicional das bandeiras incluído

A partir deste mês, os moradores de vários Estados do Brasil devem receber faturas sinalizadas com bandeiras de acordo com seu consumo. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o sistema de bandeiras implementado nas faturas a serem pagas desde janeiro deste ano, ajudará os consumidores a identificar o quanto está pagando a mais pela luz. Para o órgão, as bandeiras devem facilitar a identificação de quantos recursos além da energia hidrelétrica foram necessários para prover a demanda da população.

O sistema de bandeiras funciona como o semáforo no trânsito, com as cores vermelha, amarela e verde. Como a maior parte da energia brasileira provém de hidrelétricas, a cor verde indica que os reservatórios estão favoráveis para a manutenção de todo o consumo apresentado – sem gerar nenhuma cobrança adicional. A cor amarela representa que algumas usinas que não são hidrelétricas foram acionadas para que todos pudessem continuar usando eletricidade – o que acarreta em custo extra de R$ 1,50 a cada 100 kilowatts por hora (kW/h). Já a cor vermelha apresenta ao consumidor um alerta de que as hidrelétricas não conseguiram suprir toda a necessidade da população – acarretando em cobrança adicional de R$ 3 a cada 100 kW/h.

Segundo Edson Ramos, gerente de regulação na Eletrobras Rondônia, os consumidores devem entender que o sistema de distribuição de energia no Brasil é interligado. “É preciso assimilar que, mesmo com tantas chuvas aqui em Rondônia, nossa energia vem de outros lugares, que precisa de reservatórios cheios e ultimamente eles têm passado por situações não favoráveis”, explica o gerente. Quando as represas não conseguem suprir a demanda, faz com que energias de outras fontes sejam compradas de usinas que funcionam a carvão, gás natural, óleo combustível e diesel – fontes não renováveis e, portanto, mais caras.

Aumento na conta já pesa no bolso

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Mesmo com o sistema de bandeiras sendo adotado a partir deste mês, algumas diferenças nas contas de energia elétrica foram sentidas, desde novembro de 2014, quando houve um “reposicionamento” dos valores praticados. “Em novembro do ano passado houve um reajuste, que chamamos de reposicionamento, pois a conta já tinha caído pouco antes e precisava ser revista”, explica Ramos.

Portanto, a diferença nas contas de luz se deu por conta desta medida adotada no ano passado. Porém, Ramos defende que o sistema de bandeiras chega para alertar os consumidores de que eles podem ter um controle maior sobre os valores que são cobrados. “Com as bandeiras, o próprio consumidor pode criar a consciência de que no próximo mês o valor pode ser menor, basta adotar práticas de economia”, afirma o gerente.

Para Clarice Machado, empresária de 54 anos, o sistema de bandeiras na conta de luz chega em boa hora, pois tem notado um aumento nos vUntitled-1alores de suas últimas faturas. Por ter a possibilidade de ser alertada com as bandeiras, ela acredita que o controle sobre o consumo será melhor aplicado. “Antes nós não tínhamos noção do que realmente estávamos gastando de energia e de onde vinham os valores, com o novo sistema será possível ficar atento”, diz.
Mirian Silva, vendedora, 32 anos, o aumento no custo de energia desde o fim do ano passado a tem deixado preocupada, já que não sabe o porquê do aumento. “Com este aumento repentino ficamos apreensivos com o que estamos gastando e se é realmente justo pagar tanto”, explica. No entanto, Mirian também acredita que as bandeiras na conta de luz serão de grande ajuda na cultura de um consumo de energia consciente. “As bandeiras devem nos alertar quando devemos colocar um freio no gasto, gerando economia para nós mesmos e também ajudando na manutenção das usinas”, finaliza.

Ramos ainda alega que os valores das bandeiras já eram praticados antes de elas serem implantadas, mas que o preço vinha em um montante uma vez por ano. Logo, para facilitar a compreensão do usuário do que ele está pagando o sistema foi adotado – já que assim o consumidor sabe exatamente porque está pagando mais caro ou mais barato. “O principal objetivo [do sistema de bandeiras] é dar ao consumidor a possibilidade de intervir em seu próprio consumo e, assim, intervir no preço final”, finaliza.

 



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