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RONDÔNIA

Porto Velho: Pós-enchente afeta vendas em mercados populares

Após a cheia histórica do rio Madeira, os comerciantes do Mercado do Km 1 e Mercado Central, estão passando por dificuldades tanto para..

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Publicado: 18/01/2015 às 03h00min | Atualizado 19/04/2015 às 02h26min

Os comerciantes afirmam que os clientes pararam de frequentar os mercados e que o dinheiro da cidade sumiu

Os comerciantes afirmam que os clientes pararam de frequentar os mercados e que o dinheiro da cidade sumiu

Após a cheia histórica do rio Madeira, os comerciantes do Mercado do Km 1 e Mercado Central, estão passando por dificuldades tanto para comprar mercadoria dos pequenos produtores da margem esquerda do rio, quanto para vender seus produtos na cidade. Produtos como a macaxeira e o tucupi, eram os mais comprados dos pequenos produtores, no entanto com a cheia de 2014 a produção ficou comprometida, a terra não teve tempo hábil para ser preparada adequadamente e com isso não foi produzido o suficiente para abastecer os mercados de Porto Velho.

“Hoje é difícil comprar macaxeira e tucupi, porque além de estar em falta o produto, o que encontramos pra comprar está muito caro”, é o que afirma dona Teresinha Rodrigues, comerciante do Mercado do Km 1. Que relatou também a dificuldade do produtor em atender à demanda. Segundo ela, o produtor da margem esquerda está comprando macaxeira de produtores de outros municípios ao longo da BR-364, para produzir o tucupi em suas propriedades. O resultado desse processo é o aumento do preço dos produtos, que consequentemente é repassado também ao consumidor. “Antes da enchente nós pagávamos em vinte litros de tucupi, o valor de quarenta reais, hoje pagamos por esses mesmos vinte litros, o valor de sessenta reais, e o cliente assim como a gente, sente esse impacto”, comentou Teresinha.

Os comerciantes ainda relatam que é praticamente impossível comprar a mesma quantidade de produtos de outras épocas. Porém, as vendas também sofreram uma queda brusca, e para o senhor Braz Costa Gomes, comerciante do mercado, tem sido cada dia mais difícil o comércio no setor. “As pessoas não vêm mais ao mercado, antes eu vendia cinco sacas de farinha por semana, hoje em dia vendo duas sacas apenas, o dinheiro parece que sumiu da cidade, não sei que crise é essa que surgiu em Porto Velho, mas o negócio está ficando cada dia pior”, destacou Braz.

A maioria dos produtos vendidos nos mercados populares no entanto, é comprada dos municípios no entorno da BR 364, o que de certa forma não prejudicou as vendas de produtos como a banana, couve, alface, abacate, entre outros.

Farinha de Tapioca do paraná

Comida, patrimônio cultural e imaterial da cidade de Olinda, em Pernambuco, tema das composições músicais de Chico Buarque e Moraes Moreira, a tapioca de Porto Velho que é originária das regiões Norte e Nordeste do Brasil, está sendo comprada diretamente do estado do Paraná, região Sul do país.
Segundo Maria Artemísia, comerciante do Mercado Central, há muitos anos a farinha já não é comprada de comerciantes locais, e principalmente após a cheia do rio Madeira, que a compra do produto da região Sul do país cresceu.“O produto tem a mesma qualidade que o produzido aqui, os consumidores não reclamam, já há três anos compramos e não houve nenhuma queixa por parte dos clientes, os produtores da margem esquerda já não atendiam mas à demanda, e depois da enchente aí que não tinham mas condições de atender”, explicou Artemísia.



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