Porto Velho/RO, 21 Março 2024 10:28:57
ESPORTE

Solução para o futebol brasileiro está nas categorias de base

O atacante Rodrygo, de apenas 18 anos, é uma das novidades do Real Madrid para a disputa da temporada 2019/2020. O jogador brasileiro vai..

Por Redação
A- A+

Publicado: 02/08/2019 às 09h18min | Atualizado 02/08/2019 às 09h19min

O atacante Rodrygo, de apenas 18 anos, é uma das novidades do Real Madrid para a disputa da temporada 2019/2020. O jogador brasileiro vai compor o time B do clube espanhol e poderá ser utilizado pelo técnico Zinedine Zidane no decorrer do ano.

Rodrygo é apenas mais um dos grandes talentos brasileiros que deixam o país cada vez mais cedo para brilhar nos gramados europeus. O grande poder aquisitivo dos times do Velho Continente atrai cada vez mais os jovens brasileiros, que esperam alcançar o sucesso e riqueza atuando na Europa.

O principal motivo das transferência rápidas dos futuros craques para a Europa é a vitrine. As ligas europeias e a Liga dos Campeões são os maiores campeonatos do mundo. São as competições que reúnem craques de várias nacionalidades e que atraem o olhar de investidores, olheiros e treinadores. A chance de ingressar na seleção do seu país também é melhor jogando na Europa.

Cria da base do Santos, o Real Madrid comprou Rodrygo quando ele ainda tinha 16 anos. Como só poderia se transferir quando chegasse à maioridade, o jogador continuou atuando com a camisa do Peixe até a metade de 2019, quando completou 18 anos.

Assim como Rodrygo, outros jovens já seguiram este caminho. Do Santos, a lista é grande como Robinho, Diego, Ganso, Gabigol, Bruno Henrique e o craque Neymar. A diferença é que os “mais velhos”, como Diego, Robinho e Neymar, criaram primeiro suas raízes nos clubes de origem para depois tentar a sorte no exterior, sempre com mais de 20 anos.

Sem poder bancar a permanência e precisando aumentar a arrecadação, os grandes clubes brasileiros se tornaram apenas formadores, perdendo seus craques antes mesmo de aproveitá-los. É por causa disso que os campeonatos europeus estão cada vez mais cheios de craques enquanto o Campeonato Brasileiro sofre com a falta de grandes jogadores.

Em contrapartida, investir na categoria de base se tornou lucrativo para os principais clubes brasileiros. O Flamengo, por exemplo, faturou 44 milhões de euros com a venda de Vinícius Junior para o Real Madrid. Esta foi a terceira venda mais lucrativa da história do futebol brasileiro, perdendo apenas para os 88 milhões de euros faturados pelo Santos na venda de Neymar para o Barcelona e pelo faturamento do Peixe com Rodrygo, nos seus 45 milhões.

 

Região Norte foca na base

O futebol da região Norte também está de olho nesta fatia. Sem nenhum clube nas duas principais divisões do futebol brasileiro, os clubes começaram a investir na garotada para colher os frutos depois.
Foi com este intuito que foi criada a Copa Verde, que reúne alguns dos principais times da região Norte, Centro Oeste e do estado do Espírito Santo. Também a Copa das Cachoeiras, competição de base do estado do Amazonas, incentiva a prática esportiva e busca revelar cada vez mais talentos.
A edição de 2019 contou com 18 times, divididos em três categorias: sub-13, sub-15 e sub-17. Além de representantes de Manaus, há equipes do Pará e de Roraima. A novidade foi a presença de uma equipe estrangeira, o Rupunuini, da Guiana Inglesa. A competição acontece sempre nos primeiros meses do ano.

Quem já esteve na elite do futebol brasileiro também sabe da importância das categorias de base. Paysandu e Remo, dois dos gigantes da região, trabalham pesado com a molecada, dando oportunidade para o surgimento de novos craques. As duas equipes possuem grupos desde o sub-13 e focam no desenvolvimento destes jovens para a carreira.

Vale lembrar que Remo, Paysandu, Atlético-AC, Imperatriz e Sampaio Correa representam a Região Norte na Série C do Brasileiro. Já na Série D, são 14 clubes representantes da região. Destaque para o Manaus que, depois de eliminar o São Raimundo, enfrentou e venceu o Caxias do RS por 3 X 0, no último sábado, e se classificou para a série C do ano que vem.

 

Histórias de sucesso

O futebol do norte tem duas histórias recentes de sucesso. Dois jogadores nascidos da região norte participaram da conquista da medalha de ouro para o Brasil na Olimpíada de 2016, disputada no Rio de Janeiro. O goleiro Weverton, que hoje joga no Palmeiras, nasceu em Rio Branco, no Acre e foi um dos grandes personagens na conquista do título olímpico. Ele foi titular no time do Rogério Micale desde a primeira rodada da competição.
Weverton começou nas categorias de base do Juventus, do Acre, em 2006, e logo foi contratado pelo Corinthians, para atuar na base do Timão. Em 2008, ganhou chance no time profissional. Atuou em vários clubes até se destacar com a camisa do Athletico-PR, sendo convocado pela seleção pela primeira vez em 2016.

Outro atleta da região norte é o volante Thiago Maia, que hoje veste a camisa do Lille, da França. O jogador nasceu em Boa Vista, em Roraima. Diferente de Weverton, Maia começou nas categorias de base do São Caetano e antes de se profissionalizar, conseguiu transferência para o Santos, onde se destacou e chegou a Seleção Olímpica. O jogador está sendo negociado e pode atuar no Flamengo ainda nesta temporada.

 

Mais dinheiro nos times pode evitar a evasão dos jovens talentos

Com problemas financeiros recorrentes, cada vez mais os times do Brasil e toda América do Sul, buscam meios para reforçar o caixa, em primeiro lugar, para tornar toda operação financeiramente positiva, e também para levar os times a conquista de vitórias e títulos, o que afinal é o principal objetivo de qualquer agremiação. Além do investimento nas categorias de base, um dos principais recursos buscados pelos dirigentes dos clubes é fechar patrocínios que proporcionem injeção de capital capaz de sanar a economia dos times para, dessa forma, poderem investir mais ainda em seus jovens jogadores, tentando mantê-los por mais tempo junto aos times.

A aprovação da lei 13.756/18, sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, em dezembro de 2018, que legalizou a possibilidade de sites de apostas online patrocinarem times brasileiros foi muito bem vista pela comunidade futebolística. A partir de agora, empresas do segmento poderão injetar dinheiro nos times brasileiros, expondo suas marcas nos uniformes. Muitos grandes clubes do futebol brasileiro já fecharam novos patrocínios nesse sentido, entre eles, Flamengo, Corínthians, Atlético-MG, Bahia e Botafogo.



Deixe o seu comentário