Com mais de 70 nutrientes disponíveis e de rápida absorção, as algas marinhas têm sido cada vez mais utilizadas na agricultura brasileira. A técnica, que começou a ser aplicada na década de 70 na França, ganhou estudos mais robustos nos últimos anos, inclusive em universidades nacionais, e hoje já é apontada como uma das alternativas ecologicamente corretas com melhor resposta de produtividade.
Os estudos se intensificaram nos últimos cinco anos e os resultados têm sido excelentes nas mais diversas culturas. “As respostas são muito boas não apenas em alimentos ricos em cálcio, como tomate, mas também quando o agricultor busca um ajuste fino para o aumento de sua produtividade”, disse Wilson Mozena, vice-diretor da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), acrescentando que existe ainda a possibilidade do uso na ração animal. As algas do tipo Lithothamnium apresentam em sua constituição diversos macro e micronutrientes, com destaque para o cálcio e magnésio, além de substâncias orgânicas como aminoácidos. Mozena explica que, além dos nutrientes da própria alga, sua porosidade permite que micro-organismos do solo encontrem uma espécie de abrigo no material. “Em alguns casos, o resultado vem por meio dos nutrientes, em outros casos, pela absorção feita pela porosidade da alga e, em outras situações, pela combinação destes dois fatores”, acrescenta.
O uso de algas em pastagens de braquiária nas regiões Central e Norte do Brasil tem mostrado benefícios relevantes, permitindo até dobrar o número de animais pastejando por hectare. “A parceria das universidades com a iniciativa privada é importante para o desenvolvimento de tecnologias nacionais. O Brasil precisa disso para não depender de inovações vindas do exterior”, defende Wilson Mozena.