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RONDÔNIA

Voluntários para combate ao câncer

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até 2020 devem ocorrer mais de 15 milhões de novos casos de câncer em todo o..

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Publicado: 19/02/2015 às 03h05min | Atualizado 29/04/2015 às 00h43min

A Associação Voluntária promove algumas atividades nas Casas de Apoio da cidade, entre elas, estão bingos, bazares e oficinas de artesanatos Arquivo/AVCC

A Associação Voluntária promove algumas atividades nas Casas de Apoio da cidade, entre elas, estão bingos, bazares e oficinas de artesanatos Arquivo/AVCC

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até 2020 devem ocorrer mais de 15 milhões de novos casos de câncer em todo o mundo. Deste total, cerca de 12 milhões de pessoas devem morrer em decorrência da doença. Em Porto Velho, com o intuito de ajudar quem sofre da doença e não tem mais tratamento que possa ajudar, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) foi criada. Com mais de 60 unidades espalhadas pelo País, uma das principais missões da entidade é levar ajuda e conforto a pessoas que estão no estado terminal da doença

Em parceria com o Hospital do Câncer de Barretos (Fundação Pio XII), que tem uma filial na capital rondoniense, a AVCC promove o trabalho voluntário junto aos pacientes. Segundo Nelson Vedana, presidente da associação, as ações da entidade procuram aliviar o sofrimento de pessoas com a doença. “Muitas pessoas vêm do interior para fazer tratamento na capital, e muitas delas não se distraem ou têm alternativas para não ficarem pensando na doença”, conta o presidente.

Depois da parceria firmada com a Fundação Pio XII, a primeira missão da associação foi manter e administrar a Casa de Apoio – que recebe pacientes que fazem tratamento no hospital especializado de Porto Velho. “Muitas destas pessoas precisam de ajuda por terem baixa renda. A família também precisa de orientação para lidar com a doença, que não afeta apenas o doente, mas todos os familiares”, explica Vedana.

Com a instalação e administração bem-sucedida da Casa de Apoio, que recebeu doações de diversos órgãos incluindo o Ministério Público do Trabalho (que cedeu uma van para transporte de doentes), a AVCC recebeu outra missão: visitar pacientes residentes em Porto Velho para levar ajuda e conforto. No entanto, para esta missão, a associação precisa de voluntários.

Vedana afirma que há um déficit muito grande com relação a voluntários na associação. “Há pessoas que veem o projeto e ficam animadas, querem participar, mas depois que se cadastram não aparecem mais na associação. É complicado porque quando alguém se compromete, nós ficamos contando com aquela pessoa”, comenta.

Para ser voluntário é preciso separar uma hora do lazer ou do descanso para estar realmente engajado na causa social  Arquivo/AVCC

Para ser voluntário é preciso separar uma hora do lazer ou do descanso para estar realmente engajado na causa social Arquivo/AVCC

ROTATIVIDADE PREJUDICA AÇÕES DA ASSOCIAÇÃO 

Há uma rotatividade muito grande no número de pessoas na Associação Voluntária de Combate ao Câncer. De acordo com Vedana, não há problema algum a pessoa sentir que o que podia fazer já se esgotou, mas que quanto mais as pessoas saem, mais prejudicados são os trabalhos da AVCC. “Há pessoas que querem ser voluntárias, mas acham que por não receberem para estar aqui, podem participar dos trabalhos a hora que quiserem. Tudo bem, não se recebe nada para ser voluntário, mas nós queríamos voluntários com comprometimento, que realmente desejam ajudar e tenham responsabilidade para estarem disponíveis quando afirmarem que estarão”, explica o presidente.

De acordo com Vedana, para os trabalhos de visita, bingos, bazares e oficinas, há um planejamento preestabelecido e que há horários para que os voluntários estejam nos lugares combinados. “Nós temos horário para as visitas, horário para os bingos, para todas as ações nós temos que cumprir horários. Por isso é tão importante o comprometimento das pessoas que desejam ser voluntárias”, informa.

O perfil ideal do candidato, para o presidente, é simples. Para ele, é preciso ter tempo disponível. Ou seja, não o tempo que “sobra” na vida do voluntário, mas separar uma hora do lazer ou do descanso para estar realmente engajado na causa social. “Precisamos de pessoas que tenham um coração que o possibilite doar de si. É importante a ajuda financeira e material, mas o voluntário fundamental é aquele que se doa para ajudar os doentes”, conclui.
Quem quiser participar das ações da Associação Voluntária de Combate ao Câncer, pode procurar a sede da AVCC – que fica na rua Major Amarantes, 657, no Centro da capital.

A AVCC está precisando de voluntários, diz o presidente  Roni Carvalho/Diário da Amazônia

A AVCC está precisando de voluntários, diz o presidente Roni Carvalho/Diário da Amazônia

ATIVIDADES RECREATIVAS DEMANDAM PESSOAS

De acordo com o presidente, a associação promove algumas atividades no Hospital do Câncer de Barretos e nas Casas de Apoio da cidade. Entre elas, estão bingos, bazares, oficinas de artesanato, entre outras medidas. “Os pacientes que sofrem com a doença gostam destes momentos porque são horas que se desligam da doença, riem, se divertem e estão em sociedade. São ações muito importantes”, revela Vedana.

Entretanto, mesmo para as atividades internas no hospital ou nas casas, falta voluntários. O presidente afirma que é uma pena ter que cancelar certos eventos, como os bingos, porque faltam pessoas que possam estar junto dos pacientes. “Há alguns dias precisamos cancelar um dos bingos em cima da hora. Todos os pacientes estavam esperando pelo momento de descontração, mas precisamos cancelar e a tristeza no olhar deles foi muito perceptível”, lamenta.

Vedana conta ainda que o trabalho voluntário, apesar de claramente não ter nenhum tipo de remuneração material, pode criar uma dor de cabeça para órgãos como a AVCC. “Nós temos um tipo de contrato que o candidato a voluntário deve ler com calma e estudar realmente se quer ou não se voluntariar. Se ele realmente decidir ajudar, combinamos com a pessoa o horário em que ela pode estar disponível e contamos com ela naquele momento”, explica.

O presidente afirma que alguns voluntários se comprometem em estar duas horas por semana ajudando nos trabalhos da associação, mas que não pode ser simplesmente quando quiser. “Ser voluntário é ter compromisso, responsabilidade, ter na cabeça que há pessoas contando com você e com o que pode oferecer, mesmo que seja um abraço ou um sorriso”, enfatiza.

 



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