BUSCA O QUE ESTÁ PROCURANDO?

Onde deseja efetuar a busca?

Atraso em obras do PAC causa erosão e dano ambiental em Vilhena

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi instituído pelo Governo Federal para financiar o desenvolvimento dos municípios e..

Publicado: 11/12/2014 às 08h22
Atualizado: 29/04/2015 às 03h18

Erosão com dois metros de altura e 200 metros de extensão

Erosão com dois metros de altura e 200 metros de extensão  Rômulo Azevedo/Diário da Amazônia

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi instituído pelo Governo Federal para financiar o desenvolvimento dos municípios e consequentemente ajudar no crescimento do país, com auxílio do poder Executivo dos municípios que estão em contato direto com os mais variados problemas da população. O Governo Federal liberou muito dinheiro às cidades. A proposta deu tão certo que o governo instituiu a segunda edição do programa, o PAC 2, para financiar as obras que não haviam sido atendidas pela primeira fase, e também para finalizar aquelas que não haviam sido concluídas. Vilhena foi um dos inúmeros beneficiados, com a obra da macrodrenagem, projeto apresentado pelo chefe do Executivo, Zé Rover (PP) como a solução definitiva para os problemas de alagamento.

O projeto foi dividido em várias etapas, e tinha como meta dar curso à enxurrada de modo que ela fosse completamente conduzida às bacias de tratamento e devolvida ao rio Pires de Sá. As obras foram iniciadas no ano de 2012, e o prazo para execução final era até abril do ano passado. Já no final de 2014 a obra não foi inaugurada, e além de transtornos à população e ter consumido milhões de reais dos cofres públicos, está gerando um grande dano ao meio ambiente. Um trecho da obra, feito sobre o rio Pires de Sá, na rua 23, do Setor 62, apresenta uma das grandes incoerências de toda essa história. Os moradores da redondeza reclamavam há anos que com o período chuvoso a enxurrada provocava erosões e com o avanço da construção civil, os moradores do entorno jogavam os entulhos na grande cratera, para conter pelo menos parte da erosão. Com o início de um verdadeiro derrame de restos de construção vieram outros tipos de lixo, como TVs velhas, sofás, entre outros objetos. Para evitar a continuação do hábito a prefeitura enviou maquinário e inseriu manilhas cobrindo os entulhos com cascalho, o que resolveu a questão da

Manilhas não são suficentes para conter a força da água  Rômulo Azevedo/Diário da Amazônia

Manilhas não são suficentes para conter a força da água Rômulo Azevedo/Diário da Amazônia

erosão. Acontece que com a chegada do período chuvoso a manilha não foi suficiente. Outras erosões surgiram e o lixo jogado na rua foi empurrado para o rio. A equipe do Diário esteve no local e constatou que a região se tornou um pequeno depósi+to de lixo a céu aberto, onde galhos de árvores, restos de construção e até mesmo animais mortos são desovados. A enxurrada que passa por entre as manilhas estão destruindo toda a lateral da via e levando para o rio plásticos, e todo o lixo que está acumulado embaixo da terra. A erosão tem aproximadamente dois metros de altura e pelo menos 200 metros de extensão.

Somente neste trecho da obra o município gastou mais de R$ 1,6 milhão e ainda não a finalizou. Mesmo mantendo a via inteira, facilitando o trânsito os moradores estão insatisfeitos. No meio de todo esse transtorno está o morador José Filho, conhecido como Maranhão. Ele mora exatamente ao lado do rio. Ao lado da mulher e dos três filhos, José Filho teve que construir uma pinguela para chegar à sua casa, pois a terra que compunha a frente do seu quintal foi levada pela enxurrada.

Morando no local há pelo menos um ano, ele conta que teme a possibilidade iminente de ficar ilhado com a família, caso a ponte improvisada caia. O problema de Maranhão, e principalmente de parte da poluição do rio é causado apenas por falta de manilha. A região é como se fosse uma grande bacia, que recebe água de todos os lados. Consequentemente, a força dessa enxurrada é grande, mas facilmente contida se o projeto oriundo do PAC 2 tivesse sido executado como fora previsto, e principalmente dentro do prazo. A equipe de reportagem tentou contato com a assessoria do prefeito, e até o fechamento desta edição não obteve resposta acerca do assunto.

Deixe o seu comentário