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Bate-Estaca revela que vende material do UFC para pagar contas

A lutadora Jéssica “Bate-Estaca” Andrade é uma das principais representantes do Brasil no UFC na atualidade. Ex-desafiante ao..

Publicado: 30/08/2018 às 17h57

Foto: Divulgação

A lutadora Jéssica “Bate-Estaca” Andrade é uma das principais representantes do Brasil no UFC na atualidade. Ex-desafiante ao cinturão peso-palha, a atleta paranaense já tem 13 lutas na companhia e enfrenta Karolina Kowalkiewicz no próximo dia 8 de setembro, no UFC 228, em Dallas, e uma vitória deve lhe colocar na primeira posição para uma nova chance de disputar o título.

Apesar de todas essas credenciais, a lutadora brasileira revelou nesta semana que ocasionalmente ainda encontra dificuldades para pagar as contas. Ao ponto que, por vezes, vende material de treino do UFC e até bolos caseiros para completar a renda mensal.

– Acho que apoio é o que mais falta. Até tem apoio de troca, “te dou um produto e você posta na rede social”, mas na questão financeira, de patrocínio em dinheiro, está muito difícil. Acho que pela crise no Brasil que a gente tem passado, isso vem prejudicando cada vez mais. Já vou para minha 14ª luta no UFC e é muito difícil arrumar patrocínio e pessoas que ajudem na questão financeira. Às vezes a gente acaba tendo que vender roupa do UFC, mochila, luva, essas coisas, para conseguir um dinheiro extra e terminar o camp. Seria muito bom se a gente tivesse um incentivo maior do governo, e não só para a luta, mas para todos os esportes. Falta tudo – afirmou Jéssica Andrade em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, na terça-feira.

Parte da escassez dos patrocínios no MMA se deve à parceria iniciada entre UFC e a fornecedora de material esportivo Reebok em 2015; desde então, a companhia não permite mais que os lutadores usem marcas de patrocinadores pessoais nos seus uniformes de luta, ou que estendam faixas com essas marcas na grade do octógono. Por outro lado, a fornecedora paga a cada lutador, pelo uso do uniforme a cada evento, um valor condizente com a experiência do atleta no Ultimate.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Jéssica se recusa a reclamar, mesmo do UFC, que foi vendido por US$ 4 bilhões em 2016 e cuja avaliação, segundo seu presidente, Dana White, subiu a US$ 7 bilhões recentemente. Ela contou que às vezes faz bolos caseiros com a esposa, Fernanda, e a sogra, e vende para ajudar a completar a renda, e não vê problema em vender o material de treino recebido da Reebok.

– A gente tem que passar pelas dificuldades para crescer. Por mais que o UFC seja bilionário, trilionário, a gente tem que viver nossa realidade. Infelizmente, o UFC ganha tudo isso, a gente não. Mas eu estou muito contente com meu emprego, muito contente com meu salário. Nunca na minha vida imaginava que ganharia tudo isso que eu ganho. O mestre costuma dizer nos treinos, “A Jéssica ganhou R$ 1 milhão no ano passado”, e eu olho para ele e digo, “Mas tu é mentiroso, hein, que eu nem ganhei tudo isso aí!” É questão só de saber como investir. A hora que eu aprender a investir em algo que der resultado, vai dar tudo certo e não vou mais ter dificuldades – disse a otimista lutadora, que vai fazer a quinta luta de seu contrato de oito combates com o UFC e pretende renovar em breve.

E quando conseguir juntar dinheiro para investir, no que Jéssica pretende investir?

– Uma coisa que não tem caído muito no Brasil é a parte de alimentação. Todo mundo precisa comer, né! Quem sabe não consiga montar uma coisa de comida, que nem o Aldo fez, de lanche, alguma coisa assim. As duas coisas que mais tem crescido no Brasil é a parte de alimentação e supermercado. Ninguém fica sem comer, às vezes você deixa de ir para uma academia, mas não deixa de comer. Esse é o ponto chave. Quem sabe eu não monto um restaurante e convido vocês para comer lá! – contou.

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