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Castanha deve render R$ 2 milhões

Em torno de 250 toneladas de castanha devem ser colhidas pelos extrativistas.

Publicado: 30/07/2017 às 07h10

A produção de castanha em áreas plantadas nas reservas extrativistas Rio Cautário e Pacaás Novos, no Vale do Guaporé, tem o apoio do Banco do Povo

Com apoio do Banco do Povo, as 130 famílias de extrativistas cadastradas que vivem e trabalham nas reservas rio Cautário e Pacaás Novos, no município de Costa Marques, devem faturar cerca de R$ 2 milhões nesta próxima safra de castanha, com a produção de 250 toneladas, segundo estimativa da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), que coordena e fiscaliza a exploração sustentável das Unidades de Conservação do Estado.

De acordo com o engenheiro florestal Denison Trindade, coordenador estadual das unidades de conservação, o banco será um instrumento do governo de Rondônia para custear a produção, financiando a aquisição de equipamentos, alimentação e transporte dos extrativistas, de modo que as duas comunidades não precisem mais recorrer a atravessadores (bolivianos), que compram praticamente tudo que eles produzem a um valor 60% abaixo do preço de mercado.

Empresa sediada em ji-paraná vai adquirir a castanha produzida

Ao justificar a iniciativa que classificou de política pública para setor, o engenheiro explicou que as duas reservas, localizadas no Vale do Guaporé, na fronteira com Bolívia, por anos sobrevivem deste comércio com o país vizinho. Segundo ele, o valor pago pelo atravessador boliviano por uma lata (medida utilizada nas reservas) de castanha é de R$ 40,00, enquanto o preço desta mesma lata no mercado é de R$ 100,00, uma diferença de 60% no valor do produto que os extrativistas deixam de ganhar.

Por esse motivo, além do Banco do Povo financiar a produção, o governo de Rondônia passou a contar com a parceira da empresa Inovan Brasil, sediada em Ji-Paraná, que vai comprar a castanha nas reservas e pagar um preço justo por ela. Segundo Trindade, o projeto é a solução para todos, porque ampara e fomenta a capacidade produtiva dos extrativistas, remunerando a altura sua produção, e por outro lado, resolve o problema da empresa rondoniense que hoje compra castanha de outros estados para manter sua atividade.

O Banco do Povo vai colocar cerca de R$ 500 mil em crédito à disposição dos extrativistas das duas reservas com uma taxa de juros quase simbólica de 2% ao ano e, ainda, com uma carência de 6 meses para o início do pagamento. Em linguagem popular, é “um negócio de pai para filho”. Mas não é. Na verdade, trata-se de uma política do governo do Estado, que tem a orientação direta do governador Confúcio Moura, com um objetivo mais amplo do que a simples proposta de fomentar a produção nas reservas.

O conjunto das medidas deste projeto pode gerar outros resultados que o governo persegue, como a ampliação do projeto de produção sustentável, proteção e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, com inibição de possíveis desmatamentos, e qualquer outra atividade que possa agredir o meio ambiente.

Denison Trindade anunciou para a primeira quinzena de agosto a realização de uma reunião de trabalho com dirigentes do Banco do Povo, da Sedam, da empresa Inovam Brasil e representantes das duas reservas para estabelecer a estratégia de ação que envolve o financiamento, produção e a compra da castanha. A safra, que começa em dezembro e vai até março, deverá ser a melhor e mais rentável para as 130 famílias das reservas rio Cautário e Pacaás Novos, no Vale do Guaporé, segundo previsão da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental. (AI)

Por Assessoria

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