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RONDÔNIA

CMPPM reúne cerca de 350 mulheres

Evento de três dias contou com apresentação de teatro, palestras e debates.

Por Assessoria
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Publicado: 05/09/2015 às 07h10min | Atualizado 05/09/2015 às 09h22min

Mulheres de todos os segmentos sociais definiram assuntos para serem tratados na conferência nacional em 2016

Mulheres de todos os segmentos sociais definiram assuntos para serem tratados na conferência nacional em 2016 Fotos: Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Com o tema “Mais Direitos, Participação e Poder para as Mulheres”, a prefeitura de Porto Velho realizou durante os dias 02, 03 e 04 de setembro, a 4ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mulheres. Na noite de quarta-feira, cerca de 350 mulheres de Porto Velho, lotaram o espaço reservado da Ello Eventos.

Na mesa de abertura da solenidade estavam representantes da luta pela igualdade das mulheres de diversos segmentos, do governo do Estado e representando o prefeito Mauro Nazif, o secretário municipal de Assistência Social, Daniel Vieira. O evento contou com uma apresentação de teatro mostrando diversas situações de agressão vividas por mulheres no cotidiano e a não denúncia.

A coordenadora municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Vanuza Nascimento Machado, disse estar satisfeita pela participação das mulheres no evento. “É uma alegria ver as mulheres buscando os seus direitos. Superamos o nosso público-alvo de trezentas mulheres. Temos alguns dados que mostram a participação da mulher. Cinquenta e sete por cento dos universitários e a maioria das candidatas no Brasil são mulheres e o que nos chama atenção é o fato de que mesmo com todas estas conquistas ainda acontecem injustiças. Temos que fazer valer a nossa voz e buscar melhorias. Por isso, espero que esta conferência seja um sucesso e daqui saiam propostas valiosas”, comentou Vanuza.

Criação de leis para mulheres 

A secretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas e conselheira da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Rosali Scalabrin, foi a primeira palestrante do evento. “É com alegria que venho prestigiar esta conferência. Trago um grande abraço para a equipe da prefeitura e a todas as mulheres aqui presentes em nome da nossa ministra Eleonora Menicucci. Também da importância da criação de leis voltadas para este direito, bem como a participação dessas mulheres nos espaços de poder. Hoje, temos uma sub-representação, sendo que somos a maioria da população brasileira e estamos representadas em menos de dez por cento. E isso, em um contexto de mais de oitenta anos do voto feminino. Outro ponto é que queremos que a política para mulheres se torne uma de Estado e não de governo”, explica a palestrante.

A participante Sheila Dolores Tristão, representa o Movimento de mulheres Ribeirinhas do Médio e Baixo Madeira conta que é um momento das participantes conferirem todas as políticas existentes e verificar aquelas que não estão contemplando a demanda das mulheres como, por exemplo, as que são vítimas de violência. E fazer reivindicações através dos grupos de trabalho para formar a comissão de delegadas para a Estadual e Nacional para reivindicar estas necessidades. “Eu espero mais aplicabilidade, sobretudo na luta de anos: uma delegacia mais contemplada, com mais estrutura funcionando vinte e quatro horas. Pois, a violência não é só durante o dia, pelo contrário, o horário mais assíduo é à noite. Aquela quarta-feira depois do jogo, por exemplo, ainda é o período que existe mais violência e estas mulheres ainda não estão contempladas”, comenta.
Segundo dados da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e da Família, de janeiro a sete de agosto, apenas em Porto Velho, foram feitas 431 medidas protetivas – o que gera uma média de quase duas por dia. Em todo o ano de 2014, foram feitas 939 medidas protetivas (mais de duas por dia, em média) – número bem maior que em 2013: 792 medidas protetivas efetivadas. Quanto os inquéritos policiais instaurados, 2014 também apresentou número maior que em 2013: foram 1.297,

Os grupos de trabalho se reuniram para debater propostas

Os grupos de trabalho se reuniram para debater propostas

frente a 1.053 (um aumento de 23%). Desde o começo do ano, foram instaurados 462 inquéritos policiais: mais de dois por dia, em média.

Empresária destaca papel da mulher na agricultura

O segundo dia do evento foi marcado com palestras explicativas, três convidadas abordaram os eixos temáticos. A empresária Ana Gurgacz apontou que a conferência resgatou a luta da mulher pelos seus direitos no mundo e destacou ainda o papel da mulher na agricultura familiar. “As mulheres são exemplo de luta e organização. Na política temos apenas 12% de mulheres em cargos eletivos, precisamos de mais mulheres assumindo cargos importantes, defendendo e garantindo os direitos das mulheres”, expõe Ana.

A empresária lançou ainda três desafios para as participantes da conferência: 1- Implantação dos conselhos municipais de direito das mulheres; 2- Implantação de delegacias da mulher efetivo para atender 24 horas e 3- Implantação de abrigos para mulheres vítimas de violência.

Vanuza explica que os eixos tratados durante os três dias foram: Contribuição dos conselhos dos direitos da mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: avanços e desafios; Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito municipal, estadual e federal; Sistema político com participação das mulheres e igualdade: recomendações; Sistema Nacional de Políticas para as Mulheres.



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