Porto Velho/RO, 21 Março 2024 04:01:13
Diário da Amazônia

Ariquemes: Ministério da Saúde quer fortalecer o combate à tuberculose

Devido à fragilidade imunológica, são consideradas populações negligenciadas aquelas populações de baixa renda que são mais..

A- A+

Publicado: 24/04/2015 às 04h00min | Atualizado 28/04/2015 às 22h23min

Representantes do MS e de coordenadores estaduais e municipais de controle à doença

Representantes do MS e de coordenadores estaduais e municipais de controle à doença

Devido à fragilidade imunológica, são consideradas populações negligenciadas aquelas populações de baixa renda que são mais propensas a contraírem doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são conceituadas como endêmicas, o que traz um risco maior de se contrair a doença, e o município de Ariquemes sendo o 2° com os maiores casos de tuberculose no Estado, realiza a ‘Oficina de Tuberculose em Populações Negligenciadas’, nos dias 23 e 24 deste mês, no auditório do Ministério Público, que irá discutir ações para Fortalecer o Diagnóstico e o Controle da Tuberculose em Populações mais Vulneráveis.

Tatiana Eustáquio, representante do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde (MS), com o apoio das coordenações estaduais e municipais de controle à tuberculose, discursou sobre o trabalho que o MS vem desenvolvendo estratégias de controle para a doença, principalmente em parceria com outros setores, além da saúde, como assistência social, que podem através da sua parceria, garantir algumas estratégias de adesão, como fornecimento de cestas de alimentos para essas populações mais vulneráveis. “Temos que traçar estratégias para que essa população mais vulnerável, que de fato façam com que estas não abandonem o tratamento”, enfatizou.

Segundo a representante do MS, estas populações negligenciadas não estão somente propensas a desistir do tratamento e sim serem renegadas pelos serviços de saúde, por isso a importância da atenção básica, das equipes de consultórios nas ruas, desenvolvendo estratégias específicas para estas populações.
“Essas pessoas em situação de rua não são diagnosticadas e não há de fato as equipes de consultório na rua atuando no atendimento a esse público”, lembrou Tatiana.

RESPONSÁVEL

O município que é de fato responsável pela porta de entrada dessa população dos serviços de saúde, na qual a atenção básica deve estar bem estruturada, contudo, territorialmente para atender a este grupo em situação de vulnerabilidade. “Sem de fato a atuação do município essas populações não serão alcançadas e o diagnóstico precoce acarretará na cura rápida dessa doença, e que não transmitirá para outras pessoas”, ressaltou

ATENDIMENTO IMEDIATO SERÁ UM GANHO A REGIÃO

A representante do MS enfatizou acerca da importância de o Município de Ariquemes conseguir adquirir o teste rápido molecular da tuberculose, considerado um grande ganho para a região. “O diagnóstico através do teste rápido molecular, o resultado sai em até 2 horas, uma baciloscopia dura até 48 horas para se obter o resultado, e, além disso, poder ter o resultado em tempo oportuno”, disse Tatiana Eustáquio.

Com o intuito de facilitar a participação da sociedade civil no controle da tuberculose, oferecer capacitação e orientações sobre a doença, a palestrante a enfermeira Sônia Carvalho, coordenadora municipal de Hanseníase e Doenças Negligenciadas, especialista em Pneumologia Sanitária, esclarece sobre a situação epidemiológica da tuberculose em Ariquemes e, lembrou sobre a frase mais impactante do pai de uma criança, na qual segurava um pacote de medicamentos e disse: ‘ Se isso fosse comida na minha casa hoje ninguém ia morrer de fome’. “Eu levei um soco no estômago, porque aquele medicamento não satisfaz a fome daquela criança, não resolve a situação de vulnerabilidade das nossas famílias”, lembrou.

ALERTA

Contudo, o diagnóstico por si só não resolve o problema na vulnerabilidade da população que está em situação de rua, tendo ainda um referencial para se construir um elo forte para que se possa trazer essa pessoa ao final do tratamento. “Tuberculose muito nos impacta, além de trazer à memória estigmatizante, a dor e o sofrimento se torna muito evidente. É triste e ao mesmo tempo desalentador e como sabemos que o ‘poder do carimbo’ não resolve o problema da tuberculose. É uma dificuldade quando temos que acionar o sistema prisional e estar articulando entre tantas ações de impacto que resulte em cura, aquele que está vivendo em situação de privação de liberdade”, concluiu Sônia.

 



Deixe o seu comentário