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RONDÔNIA

Mulheres que marcaram a história

O Diário da Amazônia destaca mulheres que fizeram a história do Estado.

Por Ana Kézia Gomes Diário da Amazônia
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Publicado: 08/03/2018 às 08h16min

O dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher em homenagem às mais de 100 trabalhadoras de uma fábrica dos Estados Unidos que morreram carbonizadas durante um incêndio, provocado pelo dono de uma fábrica têxtil. De acordo com a historiadora Lilian Moser, as mulheres reivindicavam melhores condições de trabalho e como não desistiram da luta as portas da fábrica foram fechadas e o incêndio iniciou. “Durante o século XX elas trabalhavam de 10 a 12 horas e em péssimas condições. As que trabalhavam, por exemplo, na área de tingimento de roupas, durante a revolução industrial ficavam com água até a barriga”, explica a historiadora.

Moser trabalha na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e, segundo suas pesquisas, a idade média alcançada por uma operária era de apenas 40 anos, as altas taxas de mortalidade feminina eram provenientes, principalmente, porque não tinham direito ao descanso pós-parto. “Era comum que as mulheres tivessem seus filhos na fábrica, enquanto as outras mulheres não podiam parar de trabalhar para ajudar. Quem fazia o parto era o próprio gerente da fábrica, já que para época uma mulher não era considerada capaz de ocupar tal cargo, e no máximo em dois dias ela já voltava ao trabalho na fábrica”, afirma Lilian.

Mesmo em meio a tantas dificuldades apontadas pela história, Rondônia é um Estado marcado pela força feminina. Grandes nomes podem ser usados como exemplo:

Marise Castiel

Marise Castiel é considerada a pioneira na luta feminina na área da educação, principalmente através de sua influência política, pois exerceu importantes cargos públicos. Foi vereadora e, em seguida, candidata a deputada estadual, em 1982.
Trabalhou na criação da Escola Normal do Guaporé e, de acordo com Sandra Castiel, filha de Marise, ela, além de ser orientadora educacional e professora de História do Brasil, era considerada uma professora tão preparada que substituía qualquer professor que faltasse na Escola Normal. Também era pianista formada no Conservatório de Música Carlos Gomes, no Pará.

Janilene de Melo assumiu como interina

A primeira mulher a assumir um cargo de governo no Brasil e até hoje a única governadora de Rondônia. Em 1984 Jorge Teixeira precisou se ausentar do cargo político por problemas de saúde e em seu lugar colocou a administradora, contadora e advogada Janilene. Ela enfrentou forte oposição e passou por situações desconfortáveis, tendo a legalidade de seu mandato questionada. Um exemplo vivo de como a participação feminina em espaços de poder incomoda a sociedade patriarcal brasileira e mostra como é real a subrepresentatividade feminina na política.

Yedda Borzacov

Além de professora, historiadora e escritora, Yedda, natural de de Guajará-Mirim, trabalhou nos processos de tombamento dos principais pontos históricos de Rondônia. Considerada grande batalhadora em favor da memória do Estado e preservação da história. Yedda é destaque ainda na organização do Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, na criação do Centro de Documentação do Estado e a organização do Museu das Comunicações Cândido Mariano da Silva Rondon. Foi também uma das autoras do projeto do Salão de Artes Plásticas de Rondônia e do Arraial Flor do Maracujá. Ela tem participação em entidades culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia e a Academia de Letras de Rondônia.



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