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Advogado que matou namorada a facadas se entrega à polícia

A vítima foi identificada como a advogada Lucimara Stasiak, de 30 anos.

Publicado: 04/04/2019 às 16h23
Atualizado: 04/04/2019 às 16h25

O advogado suspeito de matar a namorada a facadas dentro de um apartamento no Centro de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, se entregou à Polícia Militar, pouco mais de 24 horas de negociação. A vítima foi identificada como a advogada Lucimara Stasiak, de 30 anos.

A polícia foi chamada por vizinhos, que disseram ter ouvido uma confusão no imóvel. Familiares da advogada acompanham o caso e informaram inicialmente aos policiais que o casal não tinha histórico de brigas.

A PM informou que os dois moravam há cerca de seis meses no local e que a família da vítima estranhou a falta de contato por parte dela desde quinta (27). Não havia nenhum boletim de ocorrência contra o advogado em Santa Catarina, segundo a Polícia Militar.

A rua do prédio ficou isolada durante a negociação. Equipes da Polícia Militar, Guarda Municipal, Batalhão de Operações Especiais (Bope), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros participaram do atendimento da ocorrência.

Conforme a família, Lucimara sonhava em ser juíza. Ela tinha ido de Curitiba (PR) para Florianópolis há cinco anos e trabalhava num escritório de advocacia.

OAB-SC

Por nota, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Santa Catarina (OAB-SC), manifestou “profundo pesar e repúdio” ao assassinato da advogada “em mais um caso de feminicídio” e afirmou que acompanha o caso.

“A OAB catarinense atua pela igualdade de gênero, pelo protagonismo feminino em todas as camadas da sociedade e reiteradamente tem se posicionado pelo fim da violência contra a mulher, inclusive realizando ações junto à sociedade por intermédio das nossas comissões temáticas”, disse o presidente da OAB-SC, Rafael Horn, por meio da nota.

As comissões da Mulher Advogada, de Combate à Violência Doméstica da OAB-SC, e da Mulher Advogada da OAB-Balneário Camboriú também acompanham o ocorrido

Advogada completou 30 anos um dia antes de morrer

Prima de Lucimara, Janaina Rautenberg diz que a advogada completou 30 anos na última quarta-feira (27). As informações preliminares são de que ela teria morrido um dia depois, supostamente durante uma discussão entre o casal.

Lucimara nasceu em Curitiba (PR), mas foi criada pela avó e as tias em Blumenau. Formou-se em Direito na Furb e tinha o sonho de ser juíza. Ela trabalhou em um escritório de advogacia na cidade. Mudou-se, tempos depois, para Florianópolis, onde também atuou como advogada em um escritório.

A família soube do relacionamento entre ela e Paulo em meados do ano passado, quando a advogada se mudou para Balneário Camboriú para viver com ele.

— Minha avó passou mais tempo com os dois, e diz que ele era sempre muito tranquilo, amoroso, aceitava as opiniões dela — diz Janaína.

Ela falou com Lucimara no dia do aniversário, que a advogada comemorou com o companheiro. Uma outra prima entrou em contato com ela bem cedo no dia seguinte, por volta das 7h. Depois de um tempo, Lucimara teria deixado de responder às mensagens no celular.

A família está arrasada e custa a acreditar no que houve. A dificuldade para retirar o corpo de Lucimara de dentro do apartamento torna a espera ainda mais dolorosa

— Queremos ter uma despedida decente — diz Janaína.

A advogada Clair Junckes, que acompanha o caso, diz que as negociações com Paulo estão avançadas e há expectativa de uma conclusão em breve.

Entenda por que a polícia arbitrou fiança para o advogado preso por matar a namorada em Balneário Camboriú

A informação de que a Polícia Civil arbitrou fiança de R$ 50 mil para o advogado Paulo de Carvalho Souza, 42, que admite ter matado a namorada, a também advogada Lucimara Stasiak, 30, ganhou as redes sociais e provocou indignação em Balneário Camboriú. Paulo se entregou depois de 25 horas de negociação com a Polícia Militar, na quarta-feira. O corpo de Lucimara só foi retirado do apartamento onde ele estava depois disso.

O delegado Ícaro Freitas, responsável pelo caso, explica por que arbitrou fiança. Segundo ele, não houve prisão em flagrante pelo homicídio, que ocorreu na quinta-feira (28). Mas houve flagrante por ocultação de cadáver.

– A pena máxima por ocultação de cadáver é 3 anos. (Para crimes) até 4 anos tenho que arbitrar fiança, de acordo com o código de processo penal – diz.

Paulo não pagou e foi levado ao presídio. Enquanto isso, a polícia apresentou à Justiça um pedido de prisão preventiva pelo assassinato. Duas horas depois, foi deferido – o que significa que o advogado permanecerá detido.

– Foi um crime muito cruel, mas não posso ser arbitrário, deixando de cumprir o que manda a lei – afirma o delegado.

Um inquérito foi instaurado para seguir apurando o crime. Na madrugada desta quinta-feira, foi emitida uma declaração de óbito, que permite ao Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo para a família. O laudo definitivo, com a causa da morte, deve sair nos próximos dias. O corpo tinha diversas marcas de facadas.

Lucimara será cremada em Balneário Camboriú. Depois, as cinzas seguirão para o crematório de Blumenau, onde terá uma homenagem organizada pela OAB, a partir das 15h.

Por Redação

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