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Do outro lado da floresta

A realidade do segmento florestal em Rondônia

Publicado: 03/12/2018 às 09h26
Atualizado: 03/12/2018 às 09h33

Foto: Divulgação

O setor florestal de Rondônia enfrenta atualmente entraves em relação ao seu crescimento, as políticas de fomento a atividade na região são praticamente invalidadas com as inúmeras fiscalizações que vêm acontecendo no segmento, algo que dificulta o avanço e o crescimento da atividade no Estado e prejudica diretamente a criação de novos empregos e, principalmente, o desenvolvimento da economia no Estado.

Responsável por 3,8 milhões de empregos, o setor florestal é um dos principais segmentos da economia do Brasil, entre empregos diretos e indiretos. Segundo os dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), em 2016, as indústrias do setor florestal faturaram cerca de R$ 70 bilhões, firmando o segmento entre os cinco mais significativos da economia do País, sendo responsável por 6% do PIB.

A importância do segmento florestal em Rondônia

Força potencializadora da economia do Estado, o segmento florestal de Rondônia foi pioneiro na colonização da região e proporcionou suporte social, econômico e de infraestrutura nas áreas rurais e urbanas proporcionando renda e novos postos de trabalho por várias gerações.

Mas devido aos diversos interesses políticos o segmento passa por um intenso processo de burocratização o que prejudica o setor que sofre com o estigma de destruir florestas, responsável pelo desmatamento, queimadas, furto de madeira e ainda burlador do sistema de controle e fiscalização.

A forma preconcebida que o segmento é passado para a sociedade é responsável para a marginalização e obscurantismo de todo um setor, contribuindo de forma negativa para as pessoas que não possuem um entendimento maior da realidade florestal em Rondônia, prejudicando a seriedade do trabalho de empresários, engenheiros, profissionais da área e entes públicos.

Em Rondônia este setor na década de 80 possuía cerca de 2 mil empresas, ao qual arrecadavam 40% do PIB do Estado com geração direta e indireta de 20 mil empregos.

Já nos anos 2000 o número de empresas declinaram para 1,2 mil empreendimentos, com volume comercializado na ordem de 6 milhões de m³, gerando uma renda bruta de US$ 950 milhões de dólares, sendo responsável por manter 15 mil empregos diretos e indiretos.

Hoje a realidade da produção em Rondônia é outra, o Estado possui 300 fábricas de móveis, aproveitamento de biomassa para energia e conta com a ampliação da inserção de produtos no mercado interno e externo. Fazendo do setor um importante símbolo para geração de emprego e renda.

Mas esses números não foram suficientes para que a perseguição da atividade continuasse, com amplas operações de fiscalização com Força Nacional, Exército, Batalhão Ambiental, Ministério Público e órgãos de fiscalização como Ibama e Sedam, com intuito de inibir o avanço do crescimento da atividade com geração de mais empregos, com maior contribuição na economia do Estado e sustentabilidade ao setor, mas, mesmo assim, a repreensão de empresários, engenheiros, funcionários públicos entre outros tem aumentado cada dia, sobre um sistema arcaico de controle, burocrático, pernicioso e sem infraestrutura adequada para o bom funcionamento.

Foto: Divulgação

De acordo com os profissionais que atuam no setor, a atividade deve ser monitorada, transparente, auditada e que se houver pessoas

envolvidas nas denúncias acusatórias ocorridas no dia de 05 de novembro 2018 pelo Ministério Público ‘Pau Oco’ devem ser apuradas, julgadas e que os acusados tenham os direitos de defesa, mas se forem culpados têm que pagar por isso, doa a quem doer.

A cadeia produtiva do segmento florestal, associada à diversidade da produção a transformação de madeira (pisos, lâminas, carvão vegetal, madeira serrada, móveis) além de produtos não madeireiros e serviços ambientais. Sabemos também que cada atividade tem mercado próprio, condições específicas para seu desenvolvimento na base florestal, pela oferta de madeira, produtividade e de serviços florestais.

O apoio estratégico e os instrumentos de incentivos, as questões florestais, tornaram-se cruciais para a manutenção das vantagens competitivas do estado Brasileiro no cenário internacional

Reflorestamento

Foto: Divulgação

No início dessa década, deu-se o processo de reflorestamento no estado de Rondônia, por iniciativa da reposição florestal, fundamental para dar estardes no processo de fomento e aberturas de fontes financiadoras.

Pouco mais de 10 anos, hoje temos mais de 12 mil ha de florestas plantadas no Sul do estado de Rondônia, sendo 7 mil ha de Eucalyptus sp e 5 mil de Pinus sp, dando suporte a indústria de moveis, energia, armazéns, pecuária, construção civil, além de resinas de Pinus encaminhada ainda in natura para sudeste do País, para produzir mais de 2 mil itens derivados de seus produtos e subprodutos como goma de mascar, tintas, verniz, pneus, etc.

Segundo o reflorestador Neodir, esta atividade trouxe na vida dele grandes benefícios para sua família, que há mais de 30 anos milita nessa área, com implantação de reflorestamento em várias regiões do País como Mato Grosso, Goiás, São Paulo e hoje em Rondônia, e que tudo que possui em sua vida foi graças ao setor florestal, que proporcionou a criação de sua família, formatura de seus filhos e não faz ideia de viver sem esta atividade.

Espera continuar nesse ramo, plantando e incentivando as futuras gerações, como acadêmicos, jovens, produtores rurais que visitam a área da OCB Forestry em Vilhena-RO.

O responsável técnico pelo empreendimento o engenheiro florestal Luiz Rogério enfatiza a importância do técnico no sucesso de um investimento dessa envergadura, pois é ele que dará suporte em todas as etapas, desde a escolha da área, sua regularização ambiental, implantação, colheita, transporte, armazenamento e comercialização dos produtos.

“Nossa profissão está em expansão e precisando de bons técnicos, qualificados e capacitados para atuar no mercado de trabalho para encarar os novos desafios da profissão. Com certeza teremos muito trabalho pela frente”, disse o engenheiro.

Foto: Divulgação

Já o senhor Anderson Zomer, proprietário da Indústria Tratonorte, pioneira na área de preservação de madeira de Eucalyptus sp no estado de Rondônia, tem uma demanda enorme no Estado e não consegue atender por falta de matéria-prima, dificultada pela falta de incentivos fiscais do governo do Estado, que nada tem feito para implementar políticas públicas ao setor.

“Isso tem inibido o investimento da empresa em máquinas e equipamentos, pois a madeira que tivesse aqui, conseguia colocar no mercado interno. O meu crescimento está atrelado ao suporte da madeira disponível na região”, afirma o proprietário.

O setor de reflorestamento de espécies nativas como é o caso do Pinho Cuiabano, destaca-se na região de Rolim de Moura, Castanheiras e Parecis com cerca de 500 hectares de floresta plantada, com o estoque de 70 mil m³ de madeira em toras, concentrado em apenas uma empresa que gera mais de 700 postos de trabalho diretos.

Essa madeira é processada e industrializada em lâminas e chapas de compensados, utilizado para caixaria, fabricação de tamanco, forros, pranchetas, palitos, canoas, aeromodelismo e construção civil tanto no mercado interno e externo.

A perspectiva na região e de investimento nas áreas de plantio junto aos pequenos agricultores, com sistemas agroflorestais e silvopastoris, para garantir a matéria prima para a indústria.

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