BUSCA O QUE ESTÁ PROCURANDO?

Onde deseja efetuar a busca?

EFMM: História da capital em ruínas

O matagal praticamente encobre locomotivas abandonadas.

Publicado: 10/11/2017 às 05h05

Locomotivas abandonadas e praticamente destruídas pela ferrugem encontram-se ‘escondidas’ pelo matagal Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Patrimônio histórico tombado e marco principal para o desenvolvimento de Porto Velho, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) vem sofrendo com a depredação e o descuido do poder público. Equipe do Diário da Amazônia foi até a área da ferrovia localizada na avenida Farqhuar, em Porto Velho, e se deparou com cenários preocupantes, principalmente nos quesitos limpeza e conservação. A Subsecretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb) é a pasta responsável pela manutenção da área, que mantém uma programação de limpeza das praças da cidade. De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdur), Breno Mendes, os trabalhos para conservação da EFMM são uma prioridade da nova gestão da prefeitura. Segundo ele, em 2017 foram investidos R$ 250 mil na área da estrada de ferro em Porto Velho e mais de 180 caçambas de entulho foram retiradas durante a limpeza. “Toda a iluminação pública da estrada de ferro foi restabelecida seis vezes só neste ano porque enfrentamos diversos problemas de depredação do patrimônio, incluindo furtos recorrentes da fiação”, afirma o presidente da Emdur, ressaltando que recentemente populares causaram danos à propriedade retorcendo postes. Breno Mendes informou que a prefeitura já tem aprovado um projeto de restauração da EFMM, objetivando revitalizar o trajeto das locomotivas até a igreja de Santo Antônio de Pádua, localizada no km 7 da ferrovia. Além de construir um monumento com bandeiras homenageando os trabalhadores de mais de 70 nacionalidades que participaram da construção do empreendimento, o presidente da Emdur acrescentou que o projeto, que deverá ser viabilizado nos próximos dois anos, prevê a construção de um restaurante e uma espécie de lago artificial para estimular o turismo local.

Historiadora lamenta a situação de abandono

Cuidar da ferrovia é de extrema relevância, já que a EFMM está intimamente ligada à história e à memória do eEstado, com grande valor cultural e arquitetônico, além de ser um dos principais atrativos turísticos da capital. Neste aspecto, a Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré também é parceira no processo de manutenção e conservação do patrimônio histórico, segundo o presidente da Emdur, Breno Mendes. Ele disse que a associação é responsável pelo funcionamento do estacionamento e que o dinheiro arrecadado é reinvestido na ferrovia.

A historiadora Yedda Borzacov, que foi a técnica responsável pelo processo de tombamento da EFMM, explica que o patrimônio histórico de Rondônia precisa ser restaurado, argumentando que, sem ações desse tipo, Porto Velho corre o risco de se tornar uma cidade desprovida de memória. Além dos problemas decorrentes da inércia do poder público, Yedda Borzacov diz que a comunidade precisa ter consciência do significado e da importância da história local. Construída entre 1907 e 1912, a ferrovia tinha como objetivo interligar a Bolívia ao Oceano Atlântico, visando facilitar o escoamento da borracha. Atualmente a famosa “Ferrovia do Diabo” corre o risco de ter sua história silenciada entre as ruínas.

Por Ana kézia Gomes Diário da Amazônia

Deixe o seu comentário