BUSCA O QUE ESTÁ PROCURANDO?

Onde deseja efetuar a busca?

Estado tem programa de combate ao bullying nas escolas

O programa é desenvolvido em parceria com o Tribunal de Justiça de Rondônia

Publicado: 28/05/2018 às 15h14

O estudante que está passando por uma situação de bullying geralmente tem um comportamento retraído (Foto: Ilustrativa)

Quem é alvo ou vítima do bullying sofre abalos emocionais enormes, queda no rendimento escolar, baixa autoestima, isolamento, depressão, automutilação e pensamentos suicidas. Conforme disse a coordenadora Laís Reis, do Programa de Combate ao Bullying da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o estudante que está passando por uma situação de bullying geralmente tem um comportamento retraído, apresenta baixa autoestima, demonstra isolamento, tem poucos ou nenhum amigo, na sala de aula sempre é o último a ser escolhido para realizar trabalhos em grupos, nas aulas de educação física sempre é o último a ser escolhido para participar das equipes.

Em Rondônia, o Projeto de Justiça Restaurativa é desenvolvido pela Seduc desde 2015, em parceria com o Tribunal de Justiça (TJRO), por meio da equipe do 1º Juizado da Infância e Juventude, objetivando trabalhar situações envolvendo estudantes da rede estadual de ensino. Laís Reis explicou que quando o professor identifica uma situação de bullying dentro da sala de aula precisa intervir imediatamente para impedir que a situação tome proporções maiores e continue prolongando o sofrimento do alvo de bullying. Além disso, também deve desenvolver projeto com seus estudantes na sala de aula.

A Seduc desenvolve desde 2016 o Programa de Combate ao Bullying em todas as escolas pactuadas no Portal do Departamento de Atenção Básica (PSE), e em 2017 o Núcleo, em parceria com as 18 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE), realizou no dia 7 de abril, o Dia Estadual de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, com ações de prevenção em 37 municípios, 202 escolas estaduais, mobilizando 89.271 estudantes e 3.013 professores. A meta para 2018 é dobrar o quantitativo de estudantes, professores e comunidade participantes do evento.

No início deste mês, o presidente Michel Temer sancionou a Lei de Combate ao Bullying nas Escolas (Lei nº 13.663, de 14 de maio de 2018), que vem reforçar as estratégias de prevenção e enfrentamento propostas na Lei nº13.185/15, que instituiu o Programa de Combate a Intimidação Sistemática (Bullying), e a Lei nº 13.277/16, que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. O texto incluiu dois incisos: IX e X, do art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-Lei 9.394/1996).

Segundo a coordenadora Laís Reis, essa nova Lei referente à temática vai colaborar para fortalecer as ações de prevenção e enfrentamento ao bullying. “A lei altera o art. 12 da Lei nº 9.394 incluindo a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, e a promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino. Neste sentido, a implementação das políticas exigem um novo olhar dos gestores no sentido de planejamento intersetorial e na garantia de recursos financeiros, humanos e logísticos para a sua execução”, informou.

O bullying acontece há bastante tempo, mas somente na década de 1970 começou a ser sistematizado pelo norueguês Dan Olwes. No Brasil, o fenômeno bullying começou a ser estudado a partir de 2000 pela pesquisadora Cleo Fante. De acordo com a Lei nº13.185/15, existem oito tipos de bullying: o verbal, moral, sexual, social, psicológico, físico, material e virtual.

Para ajudar no enfrentamento da prática, todas as instituições de ensino do Brasil, a partir de leis federais, estaduais e municipais, devem desenvolver projetos de prevenção e enfrentamento da problemática bullying. Para Laís Reis, o Estado deve instituir um Grupo de Enfrentamento ao Bullying Escolar – GEBE, composto por um gestor, um técnico, um professor, um estudante e um pai e/ou responsável”, para desenvolver atividades nas escolas.

A orientadora educacional Denise Lima Gonçalves, da Escola Flora Calheiros Cotrin, informou que já tem trabalhado a temática com os alunos e mencionou que a maior necessidade de passar a informação sobre o bullying é para crianças e adolescentes do 6º ao 9º ano. Segundo ela, um levantamento está sendo realizado no âmbito da escola para saber o que os alunos entendem sobre a temática. “A primeira estratégia foi com a aplicação de uma redação, deixei livre, e não quis relacionar, não falei nada sobre o assunto, porque eu preciso entender e avaliar. Então, eu estou primeiro fazendo um levantamento. Eu também vou desenvolver estudos, vou buscar parcerias de pessoas que se aproprie mais do assunto”, informou a orientadora.

Denise Gonçalves também comentou como é o trabalho dentro da escola com os alunos que costumam praticar o bulling. “Primeiramente a gente conversa com o aluno, o agressor, e com a vítima. A vítima traz a situação, supondo que seja bullying. E já procuro saber porque é uma prática reiterada, e geralmente é com a mesma pessoa, então, tem todo um critério. Eu chamo a vítima e esclareço, se depois de toda a conversa ele continuar, peço para a vítima retornar comigo que irei manter o contato com os pais, que é o segundo passo, e se persistir, a questão será encaminhada às autoridades”, explica. Segundo ela, todos os casos ocorridos em sua gestão até o momento, todos foram resolvidos na própria escola.  

Normalmente, apesar de parecer que o agressor tenha autoestima elevada, pesquisas revelam que é justamente o contrário. Ele procura ser popular para conseguir se afirmar entre seus pares com o objetivo de alcançar popularidade no grupo. Demonstra pouca ou nenhuma empatia com seus colegas, está sempre metido em confusões e geralmente consegue que os outros colegas executem por ele as agressões ao aluno alvo do seu ataque.

Por Sara Cícera Diário da Amazônia

Deixe o seu comentário