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JULIANA PAIVA: “NUNCA QUIS SER FAMOSA, QUIS SER ATRIZ”

Juliana Paiva, 25 anos, não esconde a felicidade pelo sucesso de Marocas, protagonista de O Tempo Não Para. Na trama, inicialmente..

Publicado: 22/09/2018 às 20h55

Foto: Divulgação

Juliana Paiva, 25 anos, não esconde a felicidade pelo sucesso de Marocas, protagonista de O Tempo Não Para. Na trama, inicialmente ambientada em 1886 e transferida para os dias atuais, ela vive uma jovem que se adapta facilmente ao ano de 2018. “Marocas quer aproveitar as coisas boas do século 21. Sei que sou suspeita, mas esta história é muito legal.”

Namorando o ator Nicolas Prattes, que vive seu par romântico na trama, ela mantém a discrição quando o assunto é vida pessoal. “Estou feliz”, diz a atriz, que faz alguns posts com o ator, usando a hashtag #Samurocas, como o público shipa o casal da novela nas redes sociais.

Antes de O Tempo Não Para, Juliana já havia protagonizado Além do Horizonte (2013) e, depois, participou de tramas como Totalmente Demais (2015), em que viveu a divertida Cassandra, e A Força do Querer (2017), quando interpretou a centrada Simone. Com maturidade, ela afirma lidar naturalmente com a oscilação da profissão e o tamanho de seus personagens.

“Assim como não encaro o peso de ser protagonista, também não encaro como peso não ser. Em Totalmente Demais, a Cassandra tomou uma proporção muito grande na trama, algo além do previsto. Em A Força do Querer, a Simone estava em um núcleo que falava de uma questão importante, contracenava com tanta gente boa… Nosso trabalho é sempre observado e as oportunidades chegam. A Marocas é reflexo disso.”

Foto: Divulgação

QUEM: O Tempo Não Para tem conquistado muitos elogios. Como tem sido o trabalho nesta novela?
JULIANA PAIVA: 
A Marocas é uma personagem muito conflitante. Se o Samuca [Nicolas Prattes] vacilar com ela no século 21, ela não vai perdoar, afinal tem educação e costumes do século 19. Ela é um papel muito forte e há humor o tempo inteiro. O contraste é um prato cheio para este humor. A graça é lançada para o público, mas não para os personagens. Marocas é divertida e solar, mas vive um choque de realidade muito grande. Tudo o que ela tinha como referência, ela perdeu. Nada é piada! A piada é para quem vê a situação e não para quem vive. Imagina aquela família atravessando a Avenida Paulista com aquelas roupas de época?

QUEM: Como foram as gravações em São Paulo?
J.P.: 
Gravamos em São Paulo recebemos olhares hilários. Em um intervalo de gravação, fui a uma lanchonete para ir ao banheiro. Esqueci que estava com aquele figurino todo. Quando entrei os olhares foram de “tadinha, fugiu do hospício” ou ” a Juliana deve estar fazendo uma peça de teatro” (risos). É interessante esse olhar e é fácil embarcar na história. A preparação foi fundamental. Nós, do núcleo dos congelados, nos preparamos separadamente do núcleo do século 21. Por exemplo, eu e o Nicolas gravamos muitas cenas juntos, mas fomos proibidos de nos preparar o juntos justamente para ter esse de olhar de “quem é você?” e estranhar tudo. A gente não sabia o figurino um do outro e isso foi interessante. Os congelados são questionados o tempo todo. Duvidam da veracidade deles, acham que estão inventando, que querem aparecer, que querem entrar no Big Brother (risos)… E eles não têm malícia. Marocas tem um conflito com Betina quando ela vem cheia de sarcasmo. Marocas não entende, leva tudo ao pé da letra. Tenho cenas muito boas com a Cleo. Marocas coloca a Betina em seu devido lugar por meio de seus valores, sem precisar elevar o tom de voz, sem xingar ou agredir. É muito interessante descobrir este universo que eu não tinha referência alguma.

QUEM: E existiu alguma preparação especial para o papel?
J.P.: 
Tive palestras sobre o século 19. E sobre o lance da criogenia, essa parte da ciência, é um passo à frente. Nos Estados Unidos, existem pessoas pagando para ser congeladas, é real. De um lado há os cientistas, liderada pelos personagem da Eva Wilma. Eles vão conflitar diretamente com o lado humanitário do Samuca. Ele sabe que essas pessoas têm com sentimentos estão assustadas e precisam de cuidado depois de serem descongeladas. A trama é muito bem amarrada. O texto do Mário é ótimo e o contraste é apaixonante, é o grande lance.

Foto: Divulgação

QUEM: Sente um peso ou uma responsabilidade maior por ser a protagonista da novela?
J.P.: 
Uma protagonista é um reconhecimento do nosso trabalho. A gente sempre planta sementinhas e elas vão germinando. Não encaro como um peso porque estou dividindo com elenco de primeira. É como no futebol: se o Neymar marca gol, muita gente passa a bola até ele. É um trabalho diário. A gente precisa do olhar do outro. A Fernanda Montenegro, com toda experiência de anos de carreira, diz isso: “Preciso do olhar do outro ator com quem contraceno”. É uma troca. Ninguém está sozinho em um posto maior. Eu encaro como uma oportunidade, assim como todas as outras que eu já tive e agarrei. Quero sempre fazer da melhor forma.

QUEM: Muito tem se falado da química entre você e o Nicolas Prattes. E como é o trabalho com os atores mais experientes?
J.P.: 
O Edson [Celulari] é um querido. Tive duas cenas com ele em A Força do Querer. A preparação desta novela toda começou com nós dois. Esse pai e essa filha tem uma relação especial. A Rosi é generosa demais, especial… Imagina… Ela é minha infância assistindo ao Castelo Rá-Tim-Bum. Eles são dispostos ao trocar, ao jogar junto. Somos uma família mesmo. A Chris [Christiane Torloni] também é incrível.

QUEM: Como foram as gravações em São Paulo?
J.P.: 
Adorei, estou adorando! Começamos a gravar em maio, em Angra dos Reis [no Rio de Janeiro], as cenas do resgate. Depois viemos para São Paulo. Eu vinha para São Paulo em esquema bate e volta. Agora pude conhecer mais a cidade. Fui ao Parque do Ibirapuera – que não conhecia ainda – passeei na Paulista à noite. São Paulo tem muita coisa acontecendo o tempo todo, tem uma ótima atividade cultural e é uma ótima cidade para ambientar a nossa história.

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