Escritores rondonienses terão seus livros usados nas escolas da rede estadual de ensino. De acordo com o secretário de Educação Suamy Vivecananda, aproximadamente 20 autores da Capital e do Interior estão em condições de descrever a Rondônia de ontem e de hoje. Ele destacou a importância de livros atualizados, cuja impressão deverá ser autorizada a partir deste ano em indústrias gráficas locais. “Nossa Terra, nossa gente e Teixeirão são dois deles”, destacou.
Suamy Vivecananda informou que, por meio da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero), a Seduc inicialmente investirá R$ 800 mil para contemplar publicações de história, geografia e literatura. Segundo o secretário, novos recursos virão até o segundo semestre. Os livros de novos autores deverão fortalecer o ensino de história e geografia, encampando a sociologia, atualizando dados econômicos, e destacando ainda arranjos produtivos de cada região. A relação entre o local e a formação da identidade é um dos novos focos do conhecimento histórico escolar.
Suamy lembrou que, em décadas passadas, a diversidade regional aparecia nos livros escolares, porém, isso ocorria frequentemente com elementos folclóricos. “Por isso, hoje, é fundamental considerarmos as lutas populares, o esforço empresarial, as etnias todas, na construção social e nas transformações culturais ocorridas ao longo do tempo”, explicou.
O governador Marcos Rocha determinou total empenho da Fapero nas avaliações de livros com ênfase a ciências humanas, história e desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo, segundo disse o secretário Suamy Vivecananda, Rocha atenderá aos pleitos da Assembleia Legislativa no sentido de prestigiar autores regionais.
Internamente, a Seduc também buscará concentrar toda legislação para prestadores de concursos públicos no Estado. Daqui para frente, os concursos deverão conter uma parte de questões obrigatórias referentes à construção do Estado. “É aí que foram bem aceitas as contribuições de cada um, de acadêmicos a parlamentares”, disse a diretora geral da Seduc, professora Irany Oliveira. Um grupo de trabalho supervisionado pela Casa Civil estuda a sistematização histórica de cada município, a fim de obter êxito no atendimento às coordenadorias de educação em diferentes regiões rondonienses.
Segundo Irany, o edital de chamamento público possibilitará o ingresso desses autores no rol daqueles detentores de conhecimento a respeito de Rondônia. “Pessoas que ainda não foram contemplados com a circulação de suas obras em escolas, bibliotecas e demais repartições públicas”, assinalou. “Queremos livros que não fiquem guardados, mas para serem sempre pesquisados”, disse o secretário Suamy.
Situações vividas por diversos autores de reconhecido saber caminham agora para a solução, casos, por exemplo, da professora e acadêmica Yedda Borzacov, de Porto Velho, e do professor doutor em química Rosalvo Stachiw, docente dos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia no campus de Rolim de Moura (Zona da Mata) da Universidade Federal de Rondônia. As aquisições também contemplam temas transversais definidos pelo Ministério da Educação, abordando valores referentes à cidadania: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural.
No âmbito geral, a Seduc dará seguimento à aquisição direta de kits de literatura infantojuvenil, incluindo o do Exame Nacional do Ensino Médio. “Alunos jovens e adultos estavam carentes de diversos livros”, anunciou a diretora Irany Oliveira. Segundo ela, alunos de todas as regiões conhecerão mais história e geografia humana de Rondônia. A clientela escolar também receberá livros com temas indígenas e quilombolas, e de educação especial, a exemplo do primeiro em Braile [de Louis Braille, introdutor da leitura para cegos] que só chegou à Seduc no ano passado. Esses livros serão todos entregues às 18 coordenadorias regionais de educação e às bibliotecas públicas municipais.
Paralelamente a publicações que mostram a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o Memorial Jorge Teixeira e o Memorial Rondon, em Porto Velho; a estação do trem e o Museu Regional em Guajará-Mirim; o Forte Príncipe da Beira em Costa Marques; a Casa de Rondon em Ji-Paraná; e o marco geodésico em Vilhena; a Seduc prosseguirá estimulando visitas de estudantes a esses locais. Em 2019, Setur e Seduc levaram alunos para conhecer o Museu Rondon, na Vila Santo Antônio do Madeira. Neste início de 2020 prosseguirão mostras de estudantes artistas na Casa de Cultura Ivan Marrocos.
Com informações da Secom