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Pedágio Nambikwara volta à polêmica

Indígenas estão novamente na BR-174, cobrando até R$ 50, dependendo do veículo.

Publicado: 22/06/2015 às 05h00
Atualizado: 22/06/2015 às 08h26

Grupo quer, entre outros, indenização do Governo Federal por construção de parte da rodovia em território Nabikwara

Grupo quer, entre outros, indenização do Governo Federal por construção de parte da rodovia em território Nabikwara

A população indígena da etnia Nambikwara habitante da região que compreende ao município de Comodoro (MT) que faz divisa com Rondônia, notadamente com o município de Vilhena, voltou a ocupar a BR-174, a qual se transforma em BR-364 em território rondoniense, a cerca de 25 quilômetros antes do município mato-grossense. Os indígenas passaram uma semana ocupando o trecho da rodovia federal cobrando entre R$ 15 e R$ 50 dependendo do modelo do veículo, o mais barato para motocicletas, e carretas tabeladas com o valor máximo.

Uma reunião entre as lideranças indígenas, e efetivos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou no fim do pedágio que divide opiniões na região. No dia 30 de maio, os indígenas haviam liberado a rodovia, e voltaram a ocupá-la no último dia 12 de junho. Os motivos, segundo os representantes indígenas, são as mesmas das últimas manifestações, divulgadas pelo Diário da Amazônia. O grupo quer, entre outras coisas, indenização do Governo Federal por construção de parte da rodovia em território pertencente aos Nabikwaras, bem como autorização para plantar na área abrangente ao território destinado a eles.

Profissionais ligados à prefeitura municipal de Comodoro confirmaram à equipe de reportagem do Diário da Amazônia, que a prefeita da cidade, Marlise Moraes (PR) chegou a se reunir com os indígenas para tentar solucionar de vez o problema relacionado ao pedágio. Os servidores da prefeitura informaram, ainda, que a Procuradoria da República no Mato-Grosso permitiu que os índios plantem nas terras, porém com algumas ressalvas. Os Nambikwaras têm autorização para ocupar no máximo 5 mil hectares com plantações, e cultura não poderá conter homens brancos, ou seja, exclusivamente própria à subsistência da população Nambikwara.

Os servidores da prefeitura de Comodoro informaram, ainda que os indígenas não haviam aceitado a proposta, e por isso decidiram continuar com o pedágio. A Procuradoria da República teme que a liberação para produção em território indígena fuja do controle das autoridades, e que as plantações do homem branco cheguem à região, como aconteceu no território que compreende o município de Campo Novo dos Parecis. Profissionais que dependem da BR-174 demonstram preocupação com relação a um novo pedágio.

A equipe de reportagem do Diário da Amazônia tentou contato com o cacique-geral Nambikwara, Jair Nambikwara, para comentar sobre o assunto. Porém ele não foi encontrado. Entidades como a Associação Comercial e Empresarial de Vilhena (Aciv) e cooperativas de transporte de Rondônia demonstraram irritação acerca do pedágio, e chegaram a pedir um posicionamento das autoridades competentes. De acordo com o grupo de empresários, o pedágio Nambikwara é inconstitucional, e impede o direito de ir e vir da população.

Por Rômulo Azevedo Diário da Amazônia

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