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Pesquisas identificam riscos naturais

Há 40 anos na Amazônia Ocidental Brasileira, a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) dedica-se agora a novas linhas de..

Publicado: 05/02/2015 às 04h15
Atualizado: 28/04/2015 às 10h59

Geólogo Amílcar Adamy, da CPRM, na apresentação do Mapa de Geodiversidade de Rondônia

Geólogo Amílcar Adamy, da CPRM, na apresentação do Mapa de Geodiversidade de Rondônia

Há 40 anos na Amazônia Ocidental Brasileira, a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) dedica-se agora a novas linhas de atuação. Passou a oferecer sua experiência para análise dos chamados riscos naturais – cheias, acúmulo de sedimentos, assoreamento, gestão territorial, lançamento de esgoto em área urbana, recursos hídricos, entre outros.

“Centramos cada vez mais nosso objetivo para essas pesquisas, e os resultados têm sido surpreendentes”, comenta o geólogo Amílcar Adamy.
A CPRM é antiga em Rondônia. Recentemente, completou estudos de atividades mineradoras em regiões com ocorrência de grutas, cavernas e o garimpo de diamantes na região do rio Roosevelt. Suas análises de solo e águas começaram bem antes da instalação do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Porto Velho, que também se vale da alta tecnologia para coleta, armazenamento e transmissão de dados.

Criada por decreto-lei em agosto de 1969, a CPRM se tornou legalmente empresa pública em dezembro de 1994, com funções de Serviço Geológico do Brasil. Seus profissionais trabalham em estreita sintonia com a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia.
Para concluir o livro Geodiversidade do Estado de Rondônia, em 2010, a equipe percorreu dez mil quilômetros durante três anos. A versão digital com o conteúdo do estado do Acre será lançada em março próximo. “Ele pode ser fonte permanente de consulta pelo governo, por empresas públicas, prefeitos e demais estudiosos”, diz Adamy.

Em diversas regiões, geólogos da CPRM constataram potenciais agrícolas, florestais e turísticos existentes desde os tempos do extinto território federal. Vilhena, por exemplo, aproveita o solo enriquecido com ferro. As pedras gigantes da Zona da Mata estão catalogadas e à disposição dos patrimônios histórico e turístico de Rondônia.

Riscos geológicos caracterizam potencial ameaça a pessoas, lembra o geólogo Amílcar Adamy. Rondônia não tem riscos classificados como endógenos – terremotos, vulcões e tsunamis, entretanto, começa a perceber movimentos exógenos.

Estes são resultantes de energias na superfície do planeta — ação dos ventos, deslizamentos, erosão, subsidências (movimento relativamente lento, de afundamento de terrenos), solos colapsíveis (onde é comum o uso de estacas escavadas para pequenas cargas) e expansíveis (aumentam de volume quando umedecidos e se contraem quando ressecam).

GEÓLOGO AFIRMA QUE A TERRA “TREME” EM RONDÔNIA  

O geólogo Amílcar Adamy lembra que já foram notados sismos de pequena amplitude (riscos endógenos) no Estado, inclusive na capital, Porto Velho. Ou seja, pode ser um fenômeno despercebido por aqui, mas a terra treme um pouco em Rondônia.

Próximo à parte central da Placa Sul-Americana, Rondônia está distante das regiões mais afetadas pelo encontro de duas placas. Na Ponta do Abunã (extremo oeste do Estado), mais próxima da Cordilheira Andina, ocorre apenas um evento sísmico por ano, na escala 4,2 a 5,8 na Escala Richter. “Ali, o substrato argiloso competente da Formação Solimões (Terciário) pode propiciar a dissipação das ondas eletromagnéticas do sismo”, explica Adamy.
“Na região central do Estado, entre os municípios de Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná, ocorrem abalos sísmicos de baixa intensidade (3,2 a 3,6 na Escala Richter), provavelmente originados por esforços compressivos das placas tectônicas. Situações semelhantes devem ocorrer também nos sismos registrados em Alta Floresta d’Oeste e Alto Rio Novo”. E o que mais interessa no momento: embora não sejam classificados como riscos geológicos, riscos hidrológicos – enchentes e inundações – acarretam expressivas perdas econômicas e materiais e, por vezes, de vidas humanas.

CONSEQUÊNCIAS DA CHEIA DO MADEIRA

Embora sem mortes, a cheia do rio Madeira em 2014 causou danos a ribeirinhos, ao comércio popular e ao patrimônio histórico da capital. Também causou semelhantes prejuízos às cidades localizadas às margens de grandes rios, entre os quais, Mamoré (Guajará-Mirim), Guaporé e Machado (Ji-Paraná), sujeitas a inundações/enchentes periódicas e ao solapamento dos taludes dos canais fluviais.

De acordo com a CPRM, os fenômenos mais comuns em Rondônia são: movimentos de massa (deslizamentos, movimentos de blocos rochosos e corridas); erosão hídrica estabelecida como pluvial (ravinas voçorocas) e fluvial; assoreamento, subsidências (dolinas) e solos colapsíveis.

 

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