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PF prende quadrilha em presídio federal de PVH

Esquema sofisticado de transmissão de bilhetes foi descoberto.

Publicado: 25/05/2017 às 16h36

Os acusados operavam em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem a Operação Epístolas, para desmantelar organização criminosa que atuava no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro. A quadrilha, segundo investigações, era liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso há 11 anos no sistema penitenciário federal, movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.

No total, 10 parentes do traficante tiveram a prisão pedida. Alessandra da Costa, irmã e advogada do traficante e apontada como sua conselheira, foi presa onde mora, em um condomínio de luxo no bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Contra ela havia um mandado de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os cinco filhos de Beira-Mar presos são: Taiuã Vinícius da Costa, Thuany Moraes da Costa, Luan Medeiros da Costa, Felipe Alexandre da Costa e Marcelo da Costa.

A mulher do traficante, Jacqueline Alcântara de Moraes, já estava presa no Mato Grosso do Sul e vai ser levada para Porto Velho ainda nesta quarta.

Felipe da Costa Lira, braço-direito de Beira-Mar, foi detido no Ceará, segundo a PF.
Foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de diversas outras medidas cautelares, incluindo-se o bloqueio de valores que somados chegam a R$ 9 milhões depositados em 51 contas bancárias e suspensão de atividades comerciais de 9 empresas. As medidas da 3ª Vara Federal estão sendo cumpridas em Rondônia, no Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Investigação

As investigações iniciaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita, encontrado por agentes Federais de Execução Penal na Penitenciária Federal de Porto Velho. Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito por Beira-Mar, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade.
Foram apreendidos cerca de 50 (cinquenta) bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema altamente elaborado e sofisticado para a transmissão de seus recados. Não há sequer indícios, ao longo de toda a investigação, de participação ou facilitação por parte dos agentes Federais de Execução Penal lotados no Presídio Federal de Porto Velho/RO ou demais servidores públicos envolvidos.

PF descobriu tráfico de droga em presídio EM RO

A PF descobriu que Beira-Mar diversificou os negócios: os lucros agora vão além do tráfico de drogas. O criminoso controla máquinas de caça-níquel, venda de botijões de gás, cesta básica, mototáxi, venda de cigarros e até o abastecimento de água.
As principais áreas de atuação de Fernandinho Beira-mar são três comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense: favela Beira-Mar, Parque das Missões e Parque Boavista.

Esquema

Para tentar comprovar a origem dos rendimentos foi montado um forte esquema de lavagem de capitais através de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais, sobretudo casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias. Estima-se que a organização chegue a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão, em razão das atividades ilícitas desempenhadas, sendo identificados preliminarmente bens pertencentes ao grupo avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões.

Transferência

Beira-Mar foi ouvido, por volta das 10h, pela Polícia Federal dentro do presídio em Porto Velho. À tarde, ele foi levado para Brasília, onde ficará na sede da PF até ser definida a transferência para outro presídio federal, ainda não definido. Os presos na operação também prestaram depoimento.

Os presos preventivamente em outros Estados da Federação foram trazidos para o Rondônia, sendo determinada a transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do Sistema Penitenciário Federal e a inclusão emergencial de alguns integrantes na Penitenciária Federal de Porto Velho/RO, como forma de desarticular a organização criminosa.

Por conta dos bilhetes, a operação foi batizada de “Epístolas”. O termo é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta, com objetivo, ou não, de serem enviados ou obter respostas dos destinatários.

Por Natália Figueiredo Diário da Amazônia

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