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Preso liga de celular para redação; Rebelião é encerrada

Durante a rebelião um dos presos apontou as principais reivindicações. O movimento foi encerrado após as 19h de ontem.

Publicado: 20/10/2015 às 05h25
Atualizado: 20/10/2015 às 09h34

A rebelião de apenados na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva “Urso Branco” teve início no domingo (18)  Fotos: Roni Carvalho/Diário da Amazônia

A rebelião de apenados na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva “Urso Branco” teve início no domingo (18) Fotos: Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Problemas internos, político e administrativos, podem ter motivado a movimentação de presos durante o final de semana último na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva, o “Presídio Urso Branco”, em Porto Velho. A agitação na unidade prisional se prolongou até a tarde de ontem e deixou um saldo de pelo menos seis (06) condenados feridos, além de uma mulher, esposa de presidiário.

Através de um telefonema, um dos amotinados do local entrou em contato com a redação deste jornal através de celular e informou que o atual diretor do Urso Branco, Célio Lima, desagrada tanto os agentes penitenciários como os próprios recolhidos. Por isso, segundo ele, o caos no local é a única forma de chamar a atenção “das autoridades para uma intervenção e mudança de direção”. “Alguns presos estão sofrendo ataques de agentes porque eles querem mostrar que a direção do presídio tem que mudar”, explica.

O preso, através da ligação anônima, ao falar ao repórter deste veículo, enfatizou que os problemas na Casa vêm se agravando desde o mês de agosto último, quando os agentes penitenciários receberam ordens para deixar de citar em relatórios de rotina sobre a falta de condições de trabalho e de estrutura do local. Assim, os presidiários passaram a receber tratamento mais rigoroso e, segundo ele, mais agressivo.

Monitorado pela “Corte Interamericana de Direitos Humanos”, o presídio tem atualmente uma população carcerária que beira a casa dos 1,2 mil condenados. Em 2013, os presos de Rondônia se aproximavam da casa dos 8 mil. De acordo com relatório da Justiça, no Brasil, em 2014, eram pouco mais de 700 mil presidiários.

Ainda sobre os motivos da rebelião que teve início no final de semana último, o presidiário contou que o pedido principal era apenas para que fosse apresentada uma comissão, com autoridade envolvida, que pudesse ouvir os presos. Pois, segundo ele, suas reclamações não estão chegando aos fins devidos e, as condições internas têm piorado nos últimos meses. Porém, ele destacou que uma lista de reivindicações já foi montada, mas que precisa chegar às autoridades. Dentre os pontos constantes da lista estão: troca da direção do Urso Branco, respeito às visitas durante as revistas, remédios, enfermaria, melhor alimentação, diminuição de superlotação, reavaliação para presos com penas vencidas, dentre outros.

A segurança no local foi reforçada, curiosos se misturam com imprensa e parentes

A segurança no local foi reforçada, curiosos se misturam com imprensa e parentes

Presença das autoridades locais 

A rebelião de apenados no Presídio Urso Branco, em Porto Velho, durante o final de semana último, teve início por volta das 14h de domingo. Na ocasião, um grupo de aproximadamente 70 internos fez reféns cerca de 40 familiares durante o horário de visita. Gerado o tumulto, os condenados exigiram a presença de autoridades para que uma negociação fosse iniciada. Assim, uma comissão com representantes do governo ouviu os apenados e garantiu a troca da direção local. Um novo diretor será nomeado nas próximas horas.

Em momento anterior à reunião que decidiu pela troca da direção do Presídio Urso Branco, presos, familiares, policiais e agentes penitenciários entraram em conflito, havendo bloqueio da estrada que passa em frente ao local e dá acesso à zona rural de Porto Velho. Na ocasião, quando os presos se encontravam em uma das torres de proteção da unidade, os internos arremessaram pedras nos policiais e foram repelidos com tiros de balas de borracha. Um dos condenados precisou ser amarrado à uma “teresa”, corda feita com lençóis, para poder descer do local. O ferido, juntamente com outros cinco, foram encaminhados a unidades de urgência médica local. Após isso, policiais militares, da Companhia de Operações Especiais (COE), invadiram o local. Então, as negociações foram iniciadas.

 

Por Redação Diário da Amazônia

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