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Privatização pode elevar conta de luz

Advogado especialista no assunto explica as consequências da privatização.

Publicado: 08/10/2017 às 05h10

O advogado Maximiliano Garcez esteve na capital para realizar duas palestras sobre a possível privatização

Na tarde de ontem, o advogado de causas sindicais Maximiliano Garcez esteve na capital para realizar duas palestras sobre a possível privatização da Eletrobras Distribuição Rondônia (Ceron), voltada aos trabalhadores da estatal. As palestras abordaram a luta jurídica contra a privatização e nova reforma trabalhista.

A Eletrobras é a maior empresa do Estado e há mais de um ano o Governo Federal vem especulando um possível processo de privatização, algo que afetaria bruscamente a qualidade do serviço e que neste cenário econômico atual, onde o País atravessa uma recessão, o valor seria ofertado com o preço muito abaixo do mercado.

“Com uma possível privatização da estatal, todo o serviço pode ficar comprometido”, uma vez que pode gerar um problema em cadeia, como o maior aumento do valor das contas de energia elétrica, demissão em longa escala de funcionários e falta de investimentos para a melhoria do serviço. Desde que iniciou com a defesa junto aos sindicatos, o advogado já encontrou diversas irregularidades”, destacou.

Segundo ele, faz um ano e meio que o Governo decidiu iniciar com este processo, de uma forma temerária. “Nós estamos justamente apontando irregularidades, que foram objetos de várias ações populares. A nossa luta não é corporativa, a luta é para que a Ceron continue pública e com mais qualidade, priorizando o interesses da população e não o das elites de plantão, basta deixar que os trabalhadores e que a comunidade participem que as coisas vão ter um rumo melhor”.

Além das batalhas judiciais, existem as lutas políticas, onde sindicatos e movimentos sociais se unem contra a privatização, mas defendem a reestruturação e modernização do setor elétrico no Estado. Já os setores militares contrários a privatização se preocupam com a soberania nacional. As consequências apontadas por Garcez, podem comprometer os recursos naturais do Estado, principalmente a qualidade das águas.

“Com a privatização, todo o território de Rondônia, incluindo os recursos minerais, patrimônio genético ambiental e controle das águas estarão nas mãos da empresa que comprar, que geralmente são grandes multinacionais, e poderão explorar livremente e sem nenhuma fiscalização, contudo, persiste o risco a longo prazo, principalmente na qualidade da água e o preço que será cobrado”.

Tarifa subiu 280% no Pará

Segundo o engenheiro José Ezequiel, as privatizações do serviço de distribuição de energia elétrica nos Estados brasileiros foram extremamente negativas para a população. No Rio de Janeiro, logo nos primeiros meses a tarifa foi elevada em 140%, sendo que os consumidores residenciais foram os mais prejudicados, pois tiveram o maior aumento, além disso, mais da metade dos trabalhadores foram demitidos, investimentos deixaram de ser realizados contribuindo para a precarização dos serviços.

No Pará a tarifa teve um aumento de 280%, no estado do Maranhão o aumento foi bem mais agressivo, chegando a 400%. Além do aumento abusivo da tarifa de energia, as privatizações causam limitações na prestação dos serviços, maior dificuldade de negociação de pagamento, demora no atendimento, e um gradativo abandono das áreas de maior dificuldade de atendimento.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia

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