Habita no Vale do Guaporé, um dos animais que mais apavora a população ribeirinha por lá. Trata-se um quelônio chamado Matá Matá (Chelus Fimbriata). É uma espécie de tartaruga da água doce, sendo o único da espécie Chelus. É um animal pré histórico e raríssimo e tem o seu habitat em algumas regiões da Amazônia.
Este quelônio tem uma aparência apavorante (Foto: Rosinaldo Machado)
Sua alimentação consiste em pequenos vertebrados e peixes e costuma frequentar as praias do Vale do Guaporé só na época do acasalamento, geralmente a noite e no mês de outubro, e em seu ninho, a fêmea coloca apenas de 09 a 16 ovos, eclodindo 36 dias após a postura.
Este quelônio tem uma aparência apavorante; de cor marrom escura, cheia de pontas pontiagudas em toda a carapaça, chegando a medir até 60 cm e pode pesar até 50 kg, tem uma cabeça triangulada comprida , grande e achatada.
Os ribeirinhos do Vale do Guaporé têm um imenso pavor deste animal; dizem que ele é extremamente venenoso, que uma mordida do Matá Matá é fatal. Afirmam também que ele possui um forte veneno que quando expelido, pode cegar uma pessoa e se este líquido atingir o corpo de uma pessoa, causa um ferimento profundo e necrosa.
Existe uma lenda no Vale do Guaporé a respeito do Matá Matá
Um antigo morador da região, José Guerrido, misto de boliviano e negro que falou a respeito da origem do Matá
Matá.
“Era um guerreiro alto, esbelto e muito forte. Devido a sua estatura e força descomunal, foi escolhido pra ser o Cacique, líder das tribos da região. Aos poucos foi demonstrando uma crueldade muito grande. Não respeitava as normas das aldeias, assassinava todos os guerreiros que poderiam ser seus rivais e até os jovens não escapavam de sua fúria insana. Estuprava todas jovens índias e matava seus noivos. Foi então que o Conselho dos Anciãos se reuniu e foram falar com o Cacique”.
Após ser chamado a atenção pelas suas atitudes e em um gesto de fúria começou a matar todos os anciãos e antes que matasse o último, recebeu uma praga; de que seria transformado em um animal feio, desprezível e que jamais iria conviver com os outros habitantes da região. Assim surgiu a lenda do Matá Matá.
