A assessoria da Câmara de Vereadores de Vilhena confirmou no início da tarde de ontem (13), que o delegado de Polícia Federal (PF), Flori Cordeiro de M. Júnior, enviou ao conhecimento da presidência e dos demais parlamentares cópias de documentos oriundos da prefeitura de Vilhena que podem comprovar, por parte do prefeito Zé Rover (PP) bem como do seu então chefe de gabinete, Gustavo Valmórbida, possível ato de improbidade administrativa.

Ainda segundo a documentação, Rover teria solicitado à Caixa Econômica Federal (CEF) em Vilhena a transferência de R$ 430 mil, dinheiro disponibilizado para a construção do hospital infantil e maternidade de Vilhena, para uma conta geral da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). O paradeiro do dinheiro que deveria ser utilizado na obra ainda não foi oficialmente esclarecido, mas servidores da Casa de Leis acreditam que a verba fora utilizada para pagamento de servidores.

Anexo ao ofício enviado à Câmara de Vereadores há uma cópia do extrato que comprova a transferência financeira. Servidores da Casa de Leis que estão a par da documentação acreditam que o teor das informações pode resultar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o prefeito de Vilhena, que conta com o apoio da maioria dos vereadores, a famigerada “Tropa de Choque”, que sempre vetou matérias contrárias ao chefe do Executivo Municipal. O documento solicitando a transferência financeira é datado do ano de 2011, e o recurso custeava as despesas oriundas da segunda fase do projeto de construção da maternidade e hospital infantil.

O vereador Júnior Donadon, presidente da Casa de Leis, está fora do município mas confirmou que está ciente sobre o assunto. Ele relatou que o material enviado à Câmara de Vereadores pelo delegado de polícia será colocado em discussão na próxima sessão ordinária, a qual acontecerá na próxima terça-feira, 18. A documentação está na assessoria jurídica da Casa para avaliação e providências.

Prefeito defende secretários e nega irregularidades

Ainda na manhã de ontem (13), o prefeito Zé Rover (PP) convocou uma coletiva de imprensa e negou veementemente que há qualquer tipo de irregularidade dentro de sua administração. O chefe do Executivo Municipal acredita que as denúncias que geraram a Operação Stigma são oriundas de ex-servidores comissionados que ficaram insatisfeitos com as exonerações. Rover negou por diversas vezes qualquer tipo de esquema na prefeitura, e garantiu que houve, no máximo, desvio de conduta de alguns servidores.

O prefeito de Vilhena defendeu os três secretários municipais (Vivaldo Carneiro, da saúde; Luiz Serafim, da Comunicação e Gustavo Valmórbida, secretaria de Integração Governamental) que pediram exoneração após serem apontados pela PF como suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção, bem como seu chefe de gabinete, Bruno Pietrobon. Rover disse que acredita em seus secretários e confia em toda equipe.

Sobre as exonerações, o prefeito de Vilhena foi enfático ao dizer que a decisão foi tomada em consenso para evitar qualquer tipo de problema com a polícia, além de evitar más interpretações acerca da possibilidade de tentativa de atrapalhar as investigações. Rover defendeu, também, os empresários presos e ouvidos pela polícia. Segundo ele, todos são inocentes.

Após exonerações, novos secretários assumem  

O prefeito de Vilhena anunciou os nomes dos novos secretários que irão ocupar as vagas deixadas: Severino Miguel Junior, até então titular da Secretaria de Fazenda (Semfaz) assume o comando da Secretaria de Integração Governamental, até então coordenada por Gustavo Valmórbida. A Semfaz passa a ser administrada por Marcos Zola, que volta ao grupo do prefeito. Adriana Carvalho Couto assumiu a Secretaria Municipal de Saúde, até então gerida por Vivaldo Carneiro, que continua na pasta porque é servidor público de carreira. Gilberto Ortega fora convidado para assumir a chefia de gabinete, porém ainda não confirmou. A Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) ainda continua sem titular.