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De bóia fria no Paraná, a governador de Rondônia (parte 3)

A história de Daniel Pereira Parte III-III

Publicado: 30/04/2018 às 22h02

Foto:Silvio Santos

Na última parte da entrevista realizada pelo jornalista Silvio Santos, o Zé Katraca, o governador Daniel Pereira fala da prolongamento da dívida do extinto Banco do Estado de Rondônia (Beron) e anunciou que a meta do seu governo é zerar a dívida. Confirma e entrevista:

Zk – Nos últimos dias a mídia vem dando destaque a uma declaração de um senador de que, o ex-governador Confúcio Moura deixou o estado endividado. Tem fundamento?

Daniel Pereira – De forma alguma! Na verdade, é uma fala do senador Cassol, uma fala política.

Zk – E o que realmente está acontecendo?

Daniel Pereira – O Estado tem três grandes problemas: A dívida do Beron que não foi o Confúcio que fez; tem a situação da Caerd que não foi o Confúcio que fez e tem aquele problema dos 700 policiais militares que foram para folha da União e voltaram. Eu pessoalmente fui ao ministro do STF acompanhado com o senador Raupp, deputada Marinha e deputado Garçom, presidente Maurão da Assembleia, deputado Jesuíno e deputado Só na Benção e o pessoal da Associação, acho que conseguimos resolver. Caerd – O problema dela é que não se modernizou, não se atualizou como empresa e aí todos os governadores que passaram, também não deram muita contribuição para melhorar. Beron – É uma irresponsabilidade jogar isso nas costas do governador Confúcio Moura. Proporcionalmente a mesma responsabilidade que o Confúcio tem com relação à dívida do Beron o governador Cassol também teve. O que aconteceu foi o seguinte: O estado de Rondônia conseguiu suspender o pagamento da dívida. Isso foi um trabalho do Confúcio. Nós não estamos pagando porque temos inclusive, um documento de um perito da Justiça Federal que entende que a dívida do Beron é indevida do montante que está sendo cobrada. Isso fez com que o Judiciário tenha suspendido o pagamento.

Zk – Isso quer dizer o quê?

Daniel Pereira – O Governo Federal fez um alongamento das dívidas de todos os Estados. Nós pegamos e fizemos esse alongamento também porque isso é benéfico pra população. Estamos trabalhando é pra zerar a dívida do Beron. O que o senador tá fazendo é transformando Brasília num palanque eleitoral. Ele deveria ter explicado pra Rondônia o que foi feito nesses sete anos de mandato. Um senador custa mais ou menos UM MILHÃO de Reais por mês, isso é uma fortuna gasta por uma pessoa que tem mandato público. O que o mandato dele produziu?

Zk – O senhor fala, que para os seus pais, a sua missão já foi cumprida ao assumir o governo do Estado. O que o senhor quer dizer com isso?

Daniel Pereira – Jamais os meus pais colocaram como meta, que a missão seria ser governador. A única coisa que meu pai queria em 1973 quando levou a gente pra Terra Boa no Paraná, era que tivéssemos acesso a uma escola. Agora, uma coisa é importante falar pra população, ele queria que a gente tivesse uma escola formal.

Zk – Quanto a nossa pergunta?

Daniel Pereira – O que tenho dito, é que minha mãe, no dia que tomei posse como vereador, me fez um pedido expresso, não era da natureza dela isso, foi muito interessante: Se eu não conseguisse fazer nada com o mandato, não tinha problema. O que ela me pediu, foi que eu não manchasse o nome da nossa família que é o Pereira que vem do meu avô paterno e o Rocha que é do meu avô materno. Quando ela me falou isso em 1989, não entendi muito bem, eu tinha vindo do Paraná e não tinha voltado mais. Em 2006 já deputado estadual, voltei ao Paraná e em Campo Mourão que é a cidade que meu pai e minha mãe nasceram, a avenida principal é chamada avenida Irmãos Pereira. Minha família chegou a Campo Mourão em 1903 e todo mundo é muito honrado, pessoas humildes, pouca escolaridade, mas extremamente respeitadas. Os Irmãos Pereira estão imortalizados. Quando vou à cidade, hoje Luisiana, onde nasci, a rua principal chama-se Eugênio Alves da Rocha que é o pai da minha mãe. Não sei se minha mãe quis dizer isso, mas, em 2006 quando fui lá compreendi: Ela quer dizer que, os meus familiares que não tiveram mandatos políticos, que não tiveram grande formação escolar, deixaram o nome deles na história por onde passaram. O mínimo que posso fazer é respeitar esse legado à medida que vai passando, agora com o cargo de governador, passo a ter outra expectativa. Campo Mourão tem pelo menos uns cinco livros que conta a história da minha família. Minha avó saiu aos 17 anos de São Paulo grávida, fez 30 dias de viagem a cavalo com a minha tia na barriga, está enterrada em Colorado do Oeste (emocionado). Tenho três filhos a Shirley, a Carla e o Alexandre. O que tô tentando fazer é não permitir de forma alguma, algum tipo de nódoa na história dos meus familiares. Quando viemos pra Rondônia a única coisa que queríamos era um pedaço de terra pra poder plantar, colher e sobreviver, só isso. O resto foi dado pro acréscimo.

Zk – Isso quer dizer que a reeleição não está descartada?

Daniel Pereira – Na verdade, minha vida política é o fruto do acaso. Eu não era nem filiado a partido político em 1987, fui abrir a escola num domingo para discutir a escolha de um candidato a vereador e eu que nunca pensei em ser candidato, fui o escolhido. Em 1994, já tinha cumprido o mandato de vereador, o partido que eu militava na época o PT fez um trabalho de articulação na região Sul do Estado Vilhena, Colorado, Cerejeiras, Corumbiara e Cabixi e eu fui escolhido pra ser candidato a deputado estadual num processo de prévia. Minha eleição de 94 não custou 10 mil reais. Em 2013, no primeiro dia de mandato do Dr. Mauro, no dia que ele tomou posse me ligou me convidando pra ser o candidato dele a deputado federal. Eu não queria ser candidato, depois discutimos a possibilidade de ser. Fui escolhido em convenção em 2014, oito dias depois das convenções, troca o vice do Confúcio e eu viro candidato a vice-governador e hoje estou aqui como governador, ou seja, o processo que participo dele nunca foi nada planejado.

Zk – E a reeleição?

Daniel Pereira – Isso passa por uma série de fatores. O primeiro deles: tenho um compromisso político com o senador Acir Gurgacz. O senador Acir é o meu candidato se ele não sair, estarei livre pra ser candidato a governador. Acho que uma candidatura a governador não pode ser fruto da vaidade pessoal. Tem que ter um projeto coletivo, existe uma série de fatores que têm que acontecer positivamente. Diante disso, tenho que trabalhar 120 dias e fazer uma avaliação e esperar a conjuntura política decidir. O tempo vai dizer o que vai acontecer pela frente.

Zk – Agora vamos pra nossa área. Cultura?

Daniel Pereira – A Sejucel ficou do mesmo tamanho, o professor Rodnei Paes continua como titular. Existem algumas ações sendo feitas, acho que ainda são tímidas, mas têm que melhorar.

Zk – Turismo?

Daniel Pereira – A área que mexemos de forma mais profunda foi a do Turismo. O governador Confúcio fez um trabalho fantástico com relação ao Espaço Alternativo, é um local que a população está utilizando muito bem. A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré está sendo subutilizada.

Zk – Qual seu projeto em relação a Madeira Mamoré?

Daniel Pereira – Não sou irresponsável de falar num grande projeto para isso. Vou ver a possibilidade de fazer um trabalho que eu sei fazer, trabalho de roça, trabalho de limpar as margens dos trilhos para que a população possa fazer uma caminhada saindo da Estação da Estrada de Ferro até Santo Antônio onde está o Memorial Rondon. Porto Velho precisa conhecer aquele Memorial. Eu vice-governador até poucos dias não conhecia.

Zk – Memorial Jorge Teixeira?

Daniel Pereira – Estamos também numa parceria com o Exército… O Estado vai comprar o material e o Exército vai doar a mão de obra, juntos vamos recuperar o Memorial Jorge Teixeira. Não podemos deixar a casa onde o Teixeira morou e o que ele significa pra Rondônia caindo aos pedaços, vamos dar uma arrumada naquilo ali.

Zk – Vila Candelária?

Daniel Pereira – Se depender da minha vontade, a gente pegar aquela Vila Candelária que é algo da nossa história e dar uma melhorada. Aquilo ali além de ser um local histórico, é um local de gastronomia, mas, dependendo do carro e a época que você for lá corre o risco da metade do seu carro ficar dentro de um buraco.

Zk – Para encerrar?

Daniel Pereira – Minha grande missão não é fazer grandes obras, nossa missão é motivar o nosso pessoal. Vou ter que fazer ajuste. O estado de Rondônia ano passado teve um déficit de solidariedade. O orçamento da saúde é 12 por cento, mas, foi gasto 15. Vou ter que cortar por dentro porque tenho que fazer a prestação de contas e ela tem que estar zerada no final do ano porque se não, mesmo que eu não cometa nenhum desatino, vou responder por improbidade administrativa. No CPA tem mais ou menos 6 mil servidores, vamos botar cada bloco de Mil dentro de um espaço tipo Teatro e vamos fazer um trabalho o dia inteiro de motivação. Chamar esse pessoal a montar um Projeto Coletivo de melhora da autoestima da nossa cidade. Se a gente conseguir fazer isso, pra nove meses de trabalho, já é o suficiente. Obrigado!

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