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Empresários e servidores da Semed são presos, confirma PF

Empresários e agentes públicos são acusados de fraude no transporte escolar

Publicado: 29/05/2018 às 08h32
Atualizado: 29/05/2018 às 11h44

Foto: Miguel Franco/Diário da Amazônia

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje a Operação “Ciranda”, com o objetivo de desarticular organização criminosa, composta por empresários e agentes públicos, que fraudou licitações da Secretaria Municipal de Educação de Porto Velho (Semed) e perpetrou desvios de recursos do Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE), verba federal repassada ao ente municipal. O esquema ocorreu em 2014. O Superintendente da Polícia Federal em Rondônia, Caio Rodrigo, confirmou agora durante entrevista coletiva à imprensa a prisão de empresários e servidores públicos.

Caio Rodrigo confirmou que houve um superfaturamento de 400% do contrato de prestação de serviços de transporte e as investigações começaram em 2017. De acordo com ele, o esquema contava com a participação de empresários e servidores públicos da Prefeitura de Porto Velho.

O secretário municipal de Educação, segundo o delegado, está detido na sede da Polícia Federal e presta esclarecimento nesse momento.

Ele explicou que várias empresas do mesmo grupo de empresários simulavam uma concorrência de licitação, mas quem vencia era a empresa ligada ao grupo criminoso. “Através do poderoso esquema instalado dentro da Secretaria de Educação, o grupo conseguia, como o apoio de servidores público, vencer as licitações e ser beneficiado com um pagamento maior”, disse o delegado.

A Superintendência da Polícia Federal está analisando o material que foi apreendido e colhendo outros depoimentos.

O Inquérito Policial teve início com base em informações fornecidas pela Controladoria Geral da União (CGU/RO), que auxiliou a Polícia Federal ao longo da investigação.

O objeto da investigação foi a contratação do serviço de transporte escolar fluvial para atender alunos da rede municipal. Foram apuradas fraudes no caráter competitivo do processo licitatório nº 09.00010/2013, irregularidades na execução dos contratos decorrentes dessa licitação e superfaturamento dos preços do contrato.

O contrato de prestação de serviços foi assinado em 2014 e periodicamente renovado até fevereiro de 2018. Estima-se que o superfaturamento nesse período e o consequente prejuízo aos cofres públicos são superiores a R$ 20 milhões.

Desde 2010, as empresas participantes do esquema ilícito receberam mais de R$ 100 milhões em contratos com a Prefeitura de Porto Velho/RO.
Estão sendo cumpridos 55 mandados judiciais expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária de Rondônia, por 120 Policiais Federais. São 10 mandados de prisão temporária, 29 de busca e apreensão e 16 de sequestro e indisponibilidade de bens.

Em Porto Velho, as medidas judiciais estão sendo cumpridas na Secretaria Municipal de Educação, nas empresas envolvidas e nas residências dos investigados. Os policiais federais também cumprem mandados em Rio Branco/AC, Manacapuru/AM e Recife/PE.

O nome “Ciranda”, um dos tipos de “brincadeira de roda” de crianças, faz alusão ao acordo entre as empresas para fraudar licitações e desviar recursos públicos, revelando o descaso com o transporte escolar dos alunos da rede municipal de ensino, que sofre com a precariedade dos serviços e constantes interrupções.

Por Redação e PF

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