Improvável plausibilidade

FRASE DO DIA:

“Quem vê os ministros da Segunda Turma do Supremo e seus votos, esses sábios e sua jurisprudência criativa, esses operadores do Direito e sua “plausibilidade jurídica”, conclui: nunca se desperdiçou tanto latim e tanto dinheiro público para levar uma Suprema Corte à desmoralização.”– Jornalista Josias de Souza

1-Efeito Ibope

O dólar comercial disparou fechando acima de R$ 4 ontem o que não ocorria desde 2016. Para o comprador final, porém, a cotação encostou em R$ 4,50 nos cartões pré-pagos, incluído o IOF, informa o site Melhor Câmbio. Entre os cambistas o dólar chegou a R$ 4,25. Para entender, a alíquota de IOF para a compra de dólares em espécie é de 1,1% e para os cartões pré-pagos é de 6,38%. A pesquisa Datafolha de ontem não traz grandes novidades em relação à pesquisa Ibope e mantém a mesma linha de insegurança temida pelo mercado e o fantasma segue na frente.

2-Improvável plausibilidade

A Segunda Turma do STF deixou os dois já condenados em segunda instância, José Dirceu e o ex-tesoureiro do PP Cláudio Genu, na rua. Para o STF Dirceu e Genu ficarão soltos até que o seus recursos sejam julgados pelo STJ, seguindo uma tal de “plausibilidade jurídica” ou seja, por considerarem que os argumentos das defesas podem levar à revisão da condenação, o que em sã consciência é bem improvável e, mesmo que haja uma revisão da condenação, a probabilidade desta revisão se transformar em absolvição é muito próxima de zero. Plausível, provável, viável…

3-Aconteceu!

 

Todos sabem que o uso de militares das Forças Armadas lutando contra bandidos em favelas do Rio poderia acabar em mortes dos dois lados e aconteceu. Pelo menos sete mortes em operações no Alemão, Penha e Maré e seis mortes no acesso à ponte Rio-Niterói na segunda-feira. Entre as vítimas, dois militares do Exército, os primeiros desde o início da intervenção federal em fevereiro. E a chiadeira começou. “Essas mortes significam o retrato mais brutal e cruel do resultado de um desastre de mudança de estratégia. Essa mudança de estratégia é um desastre”. diz a “tchurma do deixaquieto”. Para o Coronel Cinelli, “Quem busca o confronto são os bandidos”, Um abacaxi…

4-Virando a própria mesa

 

Morreu Otávio Frias Filho, um dos barões da mídia brasileira. No país, morto vira santo quase que de imediato e falar de pecados de um morto é pecado. A Folha de São Paulo foi fiel colaboradora da ditadura e não apenas com apoio ideológico, mas financeiro e logístico, cedendo veículos de entrega para ação repressiva na “Operação Bandeirantes”. Em 1971 três camionetes do jornal foram queimadas por militantes, mas três anos depois a Folha virou a própria mesa, seguindo a a linha de Otávio Frias Filho e Claudio Abramo, abrindo o jornal a articulistas de várias correntes políticas. A partir daí a Folha se exorcizou e construiu uma nova e respeitável história na mídia.

  5-Pesquisa Datafolha

E novamente a chiadeira – correta, diga-se – dos candidatos à presidência contra os institutos de pesquisa que continuam mantendo o nome do Luiz Inácio nas planilhas de verificação. A maioria se insurge contra o fato como ocorreu no debate da Rede TV. Ocorre que as pesquisas são feitas com base em regras do TSE, são registradas e, portanto validadas. Com a pesquisa Datafolha, de novo o dólar sobe, os outros candidatos protestam e o eleitor – lulista e antilulista – se desmotiva.    

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