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Publicado: 06/11/2019 às 09h02min
A revolta do povo boliviano por causa dos resultados das eleições presidenciais poderia passar despercebida se não fosse a ligação tão próxima que Rondônia tem com aquele país. Não é apenas pela vasta área de fronteira, mas por ter um enorme número de estudantes fazendo o curso de medicina nas principais cidades: Cochabamba, Sucri e Santa Cruz de La Sierra. Nessas cidades as faculdades oferecem condições favoráveis para os estrangeiros realizarem o sonho de constituir a profissão desejada.
As informações que chegam não são boas. Os brasileiros não podem sair nas ruas porque são hostilizados e agredidos. Com o toque de recolher passam o tempo todo dentro de casa sem sair até para comprar alimentos. Também estão impedidos de irem às faculdades e correm o risco de perder o semestre. As instituições de ensino tentam adiantar matérias teóricas e avaliações com trabalhos enviados por emails, mas as partes práticas devem acumular.
Muitos estudantes queriam retornar ao Brasil enquanto passa o momento de tensão, porém não houve uma mediação do governo brasileiro no sentido de garantir a proteção diplomática. Apesar do empenho e cobrança de lideranças rondonieses, o Palácio do Itamaraty não deu nenhum sinal de interesse até o momento para resolver a situação desses brasileiros.
Enquanto isso, familiares vivem a preocupação sem saber das condições de segurança dos filhos que estão trancafiados dentro das casas, sem saber até quanto e muito menos se ficarão no prejuízo de um semestre de estudos desperdiçado.
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