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Editorial

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Publicado: 23/02/2024 às 08h08min

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Não seria mais sensato decidir por um mandato tampão?

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O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) deliberou nesta semana sobre a realização de uma eleição direta suplementar em junho para eleger o novo prefeito de Candeias do Jamari. Este município viu-se imerso em um cenário político tumultuado, com seis trocas de prefeitos em um intervalo de apenas sete anos. Tal instabilidade levanta questões pertinentes sobre a frequência das eleições municipais e a necessidade de os contribuintes arcarem com os custos associados a essas sucessivas disputas eleitorais.

Desde novembro de 2023, Aussemir Almeida, então presidente da Câmara Municipal, ocupa interinamente o cargo de prefeito. Esta situação é resultado da cassação dos mandatos do prefeito e vice anteriormente eleitos. A constante alternância de liderança política em Candeias do Jamari levanta preocupações legítimas entre os cidadãos e coloca em pauta a questão da eficácia do sistema eleitoral local.

A proximidade das eleições municipais, marcadas para outubro deste ano, acrescenta uma camada adicional de complexidade ao cenário político do município. Surge, portanto, a indagação crucial sobre a justificativa de submeter os contribuintes a custos associados a duas eleições em um curto espaço de tempo.

É inegável que a democracia e a participação cidadã são pilares fundamentais da sociedade, e as eleições são o meio pelo qual os cidadãos exercem seu direito de escolher seus representantes. No entanto, a questão que se impõe é se a realização de eleições frequentes é a abordagem mais sensata, especialmente quando se considera o contexto específico de um ano eleitoral.

Uma alternativa digna de reflexão seria a possibilidade de aprovar um mandato tampão para o atual prefeito interino, Aussemir Almeida. Esta medida garantiria a continuidade administrativa até a realização das eleições municipais programadas para outubro. A implementação de um mandato tampão evitaria não apenas a interrupção abrupta do governo municipal, mas também pouparia os recursos já escassos dos contribuintes que seriam destinados a uma eleição suplementar.

Além disso, é necessário considerar também a estabilidade e a consistência na administração municipal como fatores determinantes para o desenvolvimento sustentável de uma comunidade. A alternância constante de liderança pode impactar negativamente a implementação de políticas a longo prazo e a execução de projetos que demandam continuidade e comprometimento. A realização de duas eleições municipais em um curto espaço de tempo representa, portanto, não apenas um ônus financeiro, mas também pode comprometer a eficiência administrativa.

Em síntese, questionar a necessidade de o contribuinte arcar com os custos de duas eleições municipais em um curto intervalo de tempo é um exercício de responsabilidade cívica. Considerando a peculiaridade do caso de Candeias do Jamari, a proposição de um mandato tampão para o atual prefeito interino seria uma alternativa sensata, preservando a estabilidade administrativa e evitando o desperdício de recursos públicos.


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