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Editorial

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Publicado: 07/10/2020 às 08h28min

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A corrosão do salário mínimo E O CUSTO INTERNO

O cálculo do que seria hoje o valor real do salário mínimo no Brasil é de causar espanto. De acordo com o Dieese (Departamento..

O cálculo do que seria hoje o valor real do salário mínimo no Brasil é de causar espanto. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o trabalhador brasileiro deveria ter um salário mínimo de R$ 4.892,75. Esse valor seria suficiente para suprir com dignidade uma família de dois adultos e duas crianças. A inflação avançou nos produtos alimentícios e o ganho real da força do trabalho ficou estagnado ao longo do tempo.

Se os reajustes fossem reais, como estariam hoje os trabalhadores brasileiros? É possível que poderiam consumir mais não apenas alimentos, mas diversos outros tipos de produtos industrializados. O varejo teria um giro maior na economia e o cidadão poderia ter uma sobra para gastar em lazer, viagens e bem-estar. Com o ganho 4,68 vezes maior do que o salário mínimo estipulado atualmente, os brasileiros estariam com o padrão de vida considerado bom. Se de um lado as empresas pagariam mais aos seus funcionários, por outo lado a circulação de valores compensariam com o consumo elevado na mesma proporção.

Acontece que esse indicador encontrou ao longo dos anos diversas barreiras, principalmente nos gastos públicos. O país tem um custo interno absurdo e está muito longe de corrigir isso. O grande volume de servidores públicos ativos e inativos, e a Previdência com um rombo bilionário, impede qualquer possibilidade de um avanço econômico com base em ganho real que é a rentabilidade obtida em determinado investimento num determinado período. A corrupção latente por todo o país também ajuda a elevar o custo para manter essa grande máquina chamada Brasil.

Estamos vivendo momentos de reformas, porém os resultados ainda permanecem longe do que poderiam alcançar. Reformar a Previdência, a administração pública, a forma de arrecadação, e outros ajustes, são urgentes e necessários. Porém, muitos outros ajustes ainda não aparecem na pauta de mudanças como o maior rigor contra o crime organizado e contra os crimes de colarinho branco. 


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