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Editorial

coluna

Publicado: 27/02/2019 às 08h42min

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A violência familiar não é para calar

A violência contra a mulher voltou a ser discutida no Brasil. Pena que esses debates acontecem sempre após um fato trágico, como..

A violência contra a mulher voltou a ser discutida no Brasil. Pena que esses debates acontecem sempre após um fato trágico, como recentemente, a empresária que foi agredida por quatro horas seguidas, pedindo socorro e a vizinhança permaneceu calada. A violência vem se vulgarizando ou será que a população está temendo as consequências em se meter em conflito alheio?

Atos de crueldade nunca devem ser vistos como assuntos alheios, mas precisam ser socorridos, denunciados e combatidos. Para facilitar as denuncias e evitar o medo de exposição, o disque 100 é um eficiente serviço com cobertura nacional, onde o denunciante não precisa ser identificado. Qualquer tipo de violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos podem ser acionados por esse número com ligação gratuita.

É lamentável ver o Brasil em destaque na América Latina como país com maiores índices de violência contra a mulher. Mas uma interpretação dos dados precisa ser questionada: os números são altos porque o país tem o serviço de denúncia, muitos fatos são apurados, agressores condenados, e tudo isso vira estatística. Mesmo assim não é motivo para celebrar já que outros tantos casos passam despercebidos ou caem no anonimato familiar.

Os demais países Latinos talvez tenham muitos mais casos de violência contra vulneráveis, até porque as culturas tradicionais estimulam esses comportamentos. Porém, por serem considerados fatos comuns daqueles povos as ocorrências não chegam a ser registradas e muito menos apuradas.

A ONU (Organização das Nações Unidas) precisa e está fazendo uma ampliação de suas ações no sentido de diminuir essas violências e promover as mudanças de comportamentos que possam gerar respeito e dignidade às pessoas. As promoções realizadas para tornar as sociedades menos tolerantes às agressões, espancamentos e até assassinatos de vulneráveis passam a ocupar vitrines de debates que possam reproduzir e chegar nas fontes ou nas origens das truculentas atitudes.

Toda mudança de comportamento é perceptível e deve ser refletida para que muito mais pessoas possam compor a legião de protetores a honra e a vida. Como a maioria dos atos violentos acontecem no âmbito familiar, sendo o agressor a pessoa que deveria proteger, a tarefa de tornar público e promover as punições cabíveis e devidas ficará por conta de parentes, amigos, vizinhos e profissionais que lidam ou convivem com essas vítimas.


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