Porto Velho/RO, 27 Março 2024 03:47:31

Editorial

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Publicado: 17/04/2019 às 08h44min | Atualizado 17/04/2019 às 08h46min

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Estratégia ou faltou relacionamento com a bancada?

A vinda à Rondônia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, rendeu um evento bastante concorrido e bem organizado...

A vinda à Rondônia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, rendeu um evento bastante concorrido e bem organizado. Auditório lotado de personalidades estaduais da área jurídica e de segurança pública. A palestra serviu para esclarecer pontos importantes do pacote de medidas anticorrupção, que Moro agarrou como bandeira principal de sua gestão no Governo. Reflexo de sua experiência como juiz da Lava Jato, na busca de remédios jurídicos contra a impunidade e mais agilidade aos processos.

As medidas são necessárias e importantes para o país que foi tomado pela corrupção generalizada e precisa ser passado a limpo. Mas a visita do ministro mostrou uma dificuldade de articulação ainda não vista. O ministro veio só, apesar de Rondônia ter deputados e senadores que compõem a bancada federal, e são eles que irão votar na aprovação ou rejeição da proposta. Geralmente um ministro visita um estado acompanhado de parlamentares de afinidades com a pasta ou com o grupo político.

É certo que Moro faz parte de uma nova geração de técnicos que estréiam na política e ainda não conhecem as sensibilidades dos poderes. Principalmente do executivo e legislativo que ocupam cargos por votos, frutos de suas habilidades políticas e sociais, e por isso, precisam de espaço para suas projeções. Diferentes dos técnicos que chegam aos cargos por competências profissionais e não dependem de cortejos.

Essa análise demonstra o que já é percebido quanto às habilidades do novo governo, e da nova política, que precisa inovar, mas não pode ignorar um poder que emana das bases. No caso, de integrantes de poderes que chegam aos mandatos por votos; e por votos aprovam ou desaprovam as medidas propostas por governo, executor que também chegou ao poder por votos. Assim funciona uma República democrática.

Apesar de importante para o país, a proposta de uma nova legislação anticorrupção e anticrime organizado terá que passar pelo Congresso Nacional. O fato do ministro ter vindo só, deixou no ar o questionamento: foi estratégia ou faltou relacionamento com a bancada?

 

 


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