Porto Velho/RO, 25 Março 2024 06:45:41

Editorial

coluna

Publicado: 28/02/2019 às 09h37min

A- A+

Garimpagem ilegal e seus impactos

A garimpagem ilegal em terras indígenas está longe de acabar em Rondônia ou em qualquer outro estado. O negócio movimenta milhões,..

A garimpagem ilegal em terras indígenas está longe de acabar em Rondônia ou em qualquer outro estado. O negócio movimenta milhões, envolve pessoas de grande influência, e tem consentimentos que precisam ser bem apurados. Se não tem como conter, poderia ser regularizado de forma que o país não perdesse tanto. Da forma como está o minério sai de forma clandestina e vai gerar valores em outros países que compram pelo mercado negro. A legalização da exploração mineral em terras indígenas já foi matéria proposta no Congresso Nacional, mas nunca avançou.

A existência de minérios nessa área é conhecida desde a expedição Rondon e nunca houve qualquer controle. O nome do rio que banha a áreas seria homenagem ao então presidente norteamericano Franklin Delano Roosevelt que esteve no local. Um presidente de grande nação não deixaria sua cadeira por uns dias se não fosse por um grande motivo. Desde esse tempo muitas pessoas já fizeram fortunas na clandestinidade, levando riquezas para fora do Brasil e deixando o salto de conflitos, prisões e conseqüências sociais. O lado bom dessa riqueza é usufruto de raras pessoas que não socializam os resultados, e nada reflete na economia regional.

A terra indígena Roosevelt já conhecida mundialmente não apenas pelos diamantes de altos quilates, mas também pelas tantas mortes ocorridas nas minas exploradas ilegalmente. Os conflitos mancharam a história e deixaram marcas irreparáveis para familiares das vítimas – pessoas humildes que tinham o sonho de uma vida melhor. Nem o impacto das mortes, que ganhou repercussão global, fora suficiente para um debate mais amplo e busca de soluções.

Por ser área de uso sustentável pelos indígenas, essas terras onde estão incalculáveis quantidades de minérios jamais poderão ser abertas para a garimpagem à granel. O ideal seria a extração industrial, por empresa de grande porte que daria maior controle e evitaria impactos sociais maiores dentro das comunidades indígenas. Pelo menos na teoria seria isso.

A mineração não é o único atrativo da clandestinidade. Desde os tempos de colonização da Amazônia que as áreas indígenas sofrem com a extração ilegal de madeiras. Os cortes sem critérios não garantem a sustentabilidade do sistema natural e muito menos dos povos da floresta. Garimpagem e extração de madeiras se forem feitas de forma legal e sustentável podem ser bons negócios para todos, principalmente para o país, e não recolhe nenhum tributo e paga a conta das conseqüências.


Deixe o seu comentário

sobre Editorial

O Diário da Amazônia foi fundado em 13 de setembro de 1993. Um jornal a serviço da sociedade, com respeito pela notícia.

Arquivos de colunas