Guajará-Mirim demonstrou ineficácia na pandemia

O que vem acontecendo em Guajará-Mirim com a saúde pública é reflexo de um Brasil despreocupado com a interiorização da pandemia. O Instituto Butantan já havia divulgado pesquisas de que, a situação seria mais grave nas microrregiões, onde tem o fenômeno de envelhecimento da população e a estrutura de saúde é mais precária. Gestores de municípios médios e pequenos tiveram tempo para organizar suas demandas. Também tiveram autonomias para criar suas regras para conter o avanço das contaminações.

Na semana passada, este Diário da Amazônia denunciou o problema de falta de estrutura mínima necessária para os profissionais de saúde atenderem a população. Faltava de máscaras descartáveis a medicação. As ambulâncias sucateadas não têm equipamentos para socorrer as vítimas mais graves, e o hospital pública está sem qualquer aparelhamento.

Se os deputados estaduais votarem favoráveis pela intervenção na saúde do município, o que provavelmente ocorra, será resposta à agonia dos moradores que estavam aflitos com o crescente índice de mortes. Chegou a 50% de letalidade, índice não atingido em lugar nenhum. Pelo que consta, o descuido foi tamanho que pacientes infectados com o novo coronavirus viajaram num mesmo ônibus com pacientes renais que são extremamente vulneráveis.

O vem ocorrendo em Guajará-Mirim é um grande exemplo do que não se deve fazer. Que sirva para que outros gestores estejam mais atentos com a forma de conduzir um setor essencial, no caso a saúde pública. Se o problema é mundial e de conhecimento global, o mínimo que deveria ser feito era a estruturação em tempo hábil e a devida orientação à população quanto ao isolamento social.