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Editorial

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Publicado: 02/02/2024 às 05h03min

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O lamentável estado de abandono do museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

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Rondônia, terra de histórias ricas e cultura diversificada, guarda em seus registros a trajetória marcante da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. No entanto, o descaso com esse patrimônio histórico tem resultado em um cenário desolador, onde ferrugem, mofo, poeira e rachaduras agora compõem parte dessa narrativa valiosa que deveria está preservada em um museu.

A antiga estação, localizada em Guajará-Mirim, que um dia foi o ponto final dessa emblemática ferrovia, hoje se encontra em um estado precário e alarmante. O que antes era um símbolo de progresso e conexão entre regiões, agora se degrada testemunhando a passagem do tempo de maneira cruel e implacável.

Inaugurada em 30 de abril de 1912, a Estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré testemunhou décadas de transformações e desenvolvimento na região. No entanto, em 1972, suas atividades foram encerradas, deixando para trás não apenas uma estrutura física, mas um legado histórico que merece ser preservado e respeitado.

O que salta aos olhos ao se visitar o local é a estrutura precária que abriga os vestígios do passado. A ferrugem consome os trilhos que antes vibravam com a movimentação de trens, o mofo avança sobre os documentos e objetos históricos que contam a história da ferrovia, a poeira se acumula em cantos que já foram movimentados por pessoas ansiosas para explorar novas terras, e rachaduras percorrem as paredes que um dia abrigaram os sonhos e as esperanças daqueles que por ali passaram.

O museu, que deveria ser um local de preservação e celebração da memória, parece mais um cenário de abandono. A vegetação cresce descontroladamente, invadindo os espaços que um dia foram cuidadosamente planejados para expor a riqueza de parte da histórica de Rondônia. O contraste entre o passado glorioso e o presente negligenciado é doloroso e simboliza uma falta de apreço pela herança cultural e histórica da região.

O descaso com a Estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Guajará-Mirim, não é apenas uma questão estética; é um reflexo da negligência  com a história que moldou a identidade de Rondônia. Os efeitos desse abandono vão além do aspecto visual e atingem a alma da comunidade, privando as gerações presentes e futuras da oportunidade de se conectarem com suas raízes.

Preservar o patrimônio histórico não é apenas um dever moral, mas uma estratégia para garantir que as próximas gerações compreendam e valorizem sua herança. A história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é um capítulo vital na narrativa de Rondônia, e permitir que se desintegre é comprometer a compreensão do passado e, por conseguinte, o futuro. É urgente a necessidade de preservar esse tesouro histórico.

Iniciativas de restauração, programas educacionais e esforços para conscientizar a população sobre a importância desse patrimônio são passos que precisam ser dados para reverter o triste estado de abandono que se encontra a antiga Estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.


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