Porto Velho/RO, 19 Março 2024 19:44:46

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 29/01/2024 às 12h59min

A- A+

O prefeito de Ji-Paraná resolveu contratar um pé de coelho, para dar sorte contra os adversários

Confira a coluna

Mérito excepcional

O tradicional prêmio Emmy, habitualmente ligado a mexericos da TV, tem múltiplas faces, que vão da consagração de simples entretenimentos aos mais sofisticados avanços tecnológicos no setor de transmissão de imagens. Simbolizado por uma mulher carregando um átomo, contraponto ao titã Atlas suportando o mundo, o Emmy é uma distante menção aos antigos tubos de TV e não há emissora de TV no mundo que não ambicione seus diversos prêmios.

Ele poderia continuar restrito às postagens de fofocas televisivas não fosse por ganhar notoriedade nos meios dedicados à proteção do meio ambiente e do clima ao premiar há pouco na categoria Mérito Excepcional em Filmagem de Documentário o filme “O Território”. Feita em Rondônia pela prestigiosa National Geography, a filmagem segue as lutas da comunidade Uru-eu-wau-wau, que não foram poucas nem fáceis.

Além da técnica aprimorada dos profissionais participantes do documentário, o fator que determinou o mérito excepcional a que a categoria se refere é participação dos próprios índios. Eles não só atuam, como nos documentários do gênero, mas também são realizadores, desde a produção até a filmagem propriamente dita, no seu ritmo e com base em seus conhecimentos sobre os assuntos focados. Nesse sentido, é mais que um filme sobre amazônidas: é um filme de amazônidas.

………………………………………………………………………………

Pata de coelho

O prefeito de Ji-Paraná Esaú Fonseca (União Brasil), para evitar um novo afastamento do cargo no Palácio Urupá, resolveu contratar um pé de coelho, para dar sorte contra seus adversários. Trata-se do advogado Nelson Canedo, especialista em direito eleitoral e que raramente perde alguma parada, como era João Closs nas décadas passadas. Canedo passará a supervisionar o mandato de Esaú em Jipa e acompanhar o escritório de advogados em Brasília. Com as paliçadas reforçadas ele se prepara para disputar um novo mandato.

Situação aflitiva

Ao menos até as convenções de julho dificilmente haverá rompimento entre o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves com o governador Marcos Rocha, mesmo com interesses dispares nas eleições de outubro. Existem muitas obras conjuntas em jogo e mesmo porque uma ruptura agora seria precipitada, pois tudo pode se acertar ainda com uma candidatura à prefeitura e Porto Velho de consenso que junte as bases do alcaide com as bases revoltosas do governador. O que se constata agora é um jogo de pressão das forças alinhadas ao CPA para que Hildon desista de apoiar a ex-deputada federal Mariana Carvalho. Hildão resiste.

As conspirações

A quem interessa o rompimento de Hildon Chaves com o governador Marcos Rocha? Nas eleições municipais de outubro, o jogo interessa ao ex-deputado federal Leo Moraes (Podemos), Cristiane Lopes (União Brasil), Fernando Máximo (União Brasil), Jair Montes (Avante), Fabricio Jurado (PSDB). Para as eleições de 2026, interessa ao vice-governador Sergio Gonçalves e aos possíveis adversários do alcaide de Porto Velho na disputa pelo governo estadual e ao Senado. Ao governo interessa o enfraquecimento da aliança de   Hildon/Rocha, o ex-governador Ivo Cassol, o ex-governador e atual senador Confúcio Moura e o atual senador Jaime Bagatolli

É coisa de louco!

Percorri o centro comercial da Av. Sete de Setembro, no centro histórico de Porto Velho no início da semana e os bairros da Zona Leste. O que constatei foi uma verdadeira epidemia de fechamento de lojas, mercadinhos e de outros segmentos do comercio lojista. Não é à toa que o prefeito Hildon Chaves reduziu o desconto do IPTU, pois muita gente indo embora, centenas de empregos ceifados e com isto ele precisa compensar sua arrecadação para que possa seguir pagando o funcionalismo e os servidores em dia e tocar as obras de asfaltamento nos bairros. Existem quarteirões inteiros de estabelecimentos fechados, uma situação alarmante. Os preços dos imóveis estão despencando.

Baita desafio

Conter este êxodo do comércio lojista para outros municípios e outros estados é um desafio para o prefeito Hildon Chaves e ao governador Marcos Rocha. Recomenda-se seminários conjuntos entre as esferas governamentais, com a Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Diretores Lojistas e federações comerciais e industriais para discutir a situação. É preciso encaminhar soluções para frear este encolhimento da capital rondoniense. É uma situação que deveria envolver todos os setores de atividades, da própria imprensa, lideranças sindicais e todas as entidades representativas. Afinal, estamos no mesmo barco.

Via Direta

*** Quero lembrar ao eleitorado de Porto Velho, Guajará Mirim, Cacoal e Vilhena muito cuidado na escolha dos seus vereadores nas eleições municipais de outubro *** Estas cidades são fortemente influenciadas pelo narcotráfico e as facções estão querendo aumentar seus tentáculos na política rondoniense. Olho vivo, caro eleitor *** Outra recomendação é para o povo evangélico: muitos políticos se fingindo de evangélicos, verdadeiros lobos em pele de cordeiro, para angariar votos do segmento. Todo cuidado é pouco *** A política dá uma parada para o carnaval, onde só decola o Rei Momo. Depois o pau canta, com a proximidade das convenções de julho quando se homologam as candidaturas a prefeitos, vices e vereadores.   


Deixe o seu comentário

sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

Arquivos de colunas