Porto Velho/RO, 20 Março 2024 05:08:13

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 06/02/2024 às 12h18min | Atualizado 06/02/2024 às 12h19min

A- A+

PT distribuirá os recursos do fundão apenas para os municípios com mais de 100 mil habitantes

Confira a coluna

O dedo acusador

No estatuto não escrito das delações, apontar o dedo acusador para alguém significa apontar três dedos contra si mesmo. Durante décadas o nacionalismo e a xenofobia delatavam religiosos e pesquisadores estrangeiros com a atuação na Amazônia. Presença aberta, cumprindo as leis e com ampla exposição, muitos não foram expulsos por vias legais: sucumbiram a balas criminosas. Os nacionalistas xenófobos, entretanto, não foram capazes de perceber que o crime que abatia religiosos e cientistas “incômodos” era a verdadeira ameaça à soberania nacional.

Do alto de suas amplas fontes de informações, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, disse à CNN que o risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia “não é para outro país, e sim para o crime organizado”. De fato, não existe na ONU nem nos planos de guerra das superpotências a intenção de ocupar a Amazônia, algo só cogitado em teorias da conspiração e distopias.

Todos os países se beneficiam da preservação floresta e têm a obrigação de pagar pelos serviços ambientais prestados pelos seus povos. Qualquer tentativa de ocupar a região criaria mais um Vietnã: os países amazônicos iriam reagir e as ações militares causariam a devastação que pretenderiam evitar. Uma guerra pela Amazônia custaria trilhões de dólares. Alguns poucos bilhões para protegê-la da devastação e do crime, oferecendo melhores condições de vida aos povos da região, funcionará melhor.

………………………………………………………………………………….  

Fundão eleitoral

O Diretório Nacional do PT anuncia como estratégia na distribuição dos recursos do fundão eleitoral para as eleições de outubro deste ano a prioridade para os municípios com mais de 100 mil habitantes. Em Rondônia, neste caso, poucos municípios serão beneficiados, casos de Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena. O restante vai ficar chupando o dedo para enfrentar as forças bolsonaristas impulsionadas pelo agronegócio e com a carteira cheia do PL de Waldemar da Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Quebrar a polarização

Entronizado no comando nacional do PSDB, o ex-senador Marconi Perilo, de Goiás pretende batalhar para seu partido reaver a posição de protagonista na política brasileira. Para tanto pretende retomar prefeituras importantes no País e no planejamento do Diretório Nacional não descartando onde for possível alianças com o PT de Lula ou com o PL do ex presidente Jair Bolsonaro. Em Rondônia, o PSDB é pau mandado do União Brasil, partido bolsonarista que controla a legenda, mas que pode se separar nas eleições municipais deste ano por interesses dispares.

A privatização

A proposta relativa a privatização dos presídios brasileiros encontra grande resistência, embora o as penitenciárias estejam dominadas pelas facções criminosas e a justiça não tenha competência sequer para controlar a entrada de celulares e drogas nas prisões. O próprio ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida se posiciona contrário a medida, alegando que isto vai facilitar a vida do crime organizado. Infelizmente, seja pelo governo federal ou por empresas privadas, tamanha é a corrupção instalada no País, qualquer sistema poderá acabar dando errado. Antes precisa a moralização da administração dos presídios.

A fidelidade

O PL e os partidos considerados bolsonaristas enfrentam o problema da fidelidade partidária. Ocorre que a cada mudança de presidente, muitos deputados e senadores acabam votando com o governo de plantão em vista da necessidade da liberação dos seus recursos de emendas parlamentares. Com a polarização se encaminhando mais uma vez para a disputa presidencial Lula-Bolsonaro, o presidente do PL Waldemar da Costa Neto já pensa em enquadrar os traíras da legenda. A grande verdade é que os conservadores já não são tão conservadores, e a esquerda também já não é a mesma.

Carnaval político

O carnaval de Porto Velho a cada ano tem tomado novas proporções se transformando em palanque dos políticos, ainda mais em ano de eleições. Os candidatos a prefeitos e vereadores ficam atentos as movimentações dos blocos que reúnem milhares de foliões eleitores. Postulantes a vereança são acostumados a linha de frente carnavalesca, deputados estaduais e até políticos da linha evangélica não deixam de aproveitar os contatos olho no olho, com samba no pé. A agitação segue depois das folias de momo com as convenções partidárias destinadas a escolha dos pré-candidatos.

Via Direta

*** Com a privatização de dois trechos de rodovias federais em PVH, o fantasma do pedágio já assombra os rondonienses *** As esferas federais falam apenas em estudos, de uma possibilidade, mas em outros estados o pedagiamento já come solto a tempos *** Vamos ver o que será possível fazer para salvar a terrinha da medida que enche os bolsos das empreiteiras *** Trocando de saco para mala: é possível que o deputado Laerte Gomes deixe de lado a disputa do Palácio Urupá em Jipa. Ele tem sido procurado por outros candidatos para composições e com isto poderá indicar o vice do postulante escolhido *** Com os bairros e cidades alagadas até o talo, como fica a popularidade dos prefeitos e do governador em Rondônia?


Deixe o seu comentário

sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

Arquivos de colunas