Porto Velho/RO, 19 Março 2024 14:49:48

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 17/01/2024 às 12h47min | Atualizado 17/01/2024 às 12h48min

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Ser dono de um pedaço da Amazônia para amar e proteger ficou tão fácil quanto pedir uma pizza

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A sensação de ser dono

Nas asas da tecnologia, ser dono de um pedaço da Amazônia para amar e proteger ficou tão fácil quanto pedir uma pizza. Há várias formas de obter a propriedade do direito de vigiá-la e preservá-la para si e o mundo. Uma das mais recentes é a startup Amazon Guardian, que fornece um acre (pouco mais de 4 mil metros quadrados) a ser acompanhado em tempo real, por de satélite, via georreferenciamento.

Sendo uma microfloresta real, o dono do direito terá relatórios periódicos sobre as condições da área e se quiser sentir o solo sob os pés poderá se deslocar até a área e senti-la. Só não pode mexer nela, claro, porque o princípio desse direito é proteger a área para que nada destrutivo aconteça. É pagar pela prestação de serviços ambientais (desmatamento evitado e manutenção florestal) por meio de títulos de preservação ambiental.

A tecnologia já permite a aquisição de equipamentos e programas que criam a sensação de imersão física em ambientes virtuais, proporcionando sensações, emoções e diversão. A diferença é que ao se tornar um guardião da sua microfloresta o participante do projeto não experimenta uma ilusão. A tecnologia lhe dá acesso ao que realmente existe e não apenas a sensações artificialmente produzidas. Aliás, ter a ilusão imersiva da realidade virtual custa bem mais caro que proteger a floresta real, com árvores, águas e bichos de verdade.

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Uma muleta

Num estado conservador como Rondônia, os partidos bolsonaristas consideram uma eventual aliança com o PT do presidente Lula, uma gelada, daquelas dos picos nevados do Chile. Mas é uma união que pode acontecer entre o MDB e PT no estado, com o MDB funcionando como muleta para os petistas. O senador Confúcio Moura manda nos cargos federais, comanda a distribuição de recursos para os municípios de Rondônia, se comportando como um verdadeiro governador paralelo. Em troca tem o dissabor de encaminhar alianças do seu MDB com o PT.

A polarização

As eleições municipais de outubro caminham para nova polarização entre os partidos alinhados ao presidente Lula com as legendas conservadoras dominadas por bolsonaristas em Rondônia. Esta perspectiva é forte em polos regionais importantes como Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Em Porto Velho, onde o PT já elegeu prefeito e reelegeu, deputados federais e uma senadora, o bolsonarismo não é tão forte, mas os principais candidatos ao prédio do relógio são deste segmento. Mariana Carvalho (Progressistas), Fernando Máximo (União Brasil), Leo Moraes (Podemos) e Cristiane Lopes (União Brasil)

PL nas paradas

O presidente do Diretório Nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, está orientando aos diretórios estaduais para o partido lançar candidaturas próprias nas capitais. Em Rondônia, onde o partido é forte e conta com dois senadores e grande representatividade na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, a legenda ainda não tem um candidato definido. Caberá ao presidente estadual Marcos Rogério cuidar das tratativas. Acredita-se que os entendimentos já foram iniciados e o nome cotado pertence atualmente aos partidos da base do governador Marcos Rocha. Será?

Batata assando

Com a decisão do ministro Dias Tofolli do Supremo Tribunal Federal para investigação do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) se acelera o processo para condenação e posterior afastamento do parlamentar paranaense. No Paraná tanto o PT como o bolsonarismo já se movimentam para eleições suplementares projetando candidaturas a cadeira de Moro nos dois segmentos. Pode rolar uma disputa entre duas leoas: Michele Bolsonaro, esposa do ex-presidente e a deputada federal Gleici Hoffmam, ungida de Lula para a possível peleja no estado. Como se vê, a batata de Moro está assando e já está bem tostada.

Cenário nacional

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro já considerado inelegível para as eleições de 2026, vários governadores se movimentam para disputar o Palácio do Planalto, assumindo o espólio do bolsonarismo. Entre eles, Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás). Unir o segmento também parece um desafio e desde já se vê a perspectiva de um racha nos herdeiros políticos do bolsonarismo. Na esquerda, quem dita os rumos é Lula e ele já se prepara para mais uma jornada buscando seu quarto mandato.

Via Direta

*** O ministro Flávio Dino deixa o Ministério da Justiça em fevereiro devendo ações na esfera da segurança pública na Amazônia. Poucas ações foram desencadeadas para combater o narcotráfico *** Em Rondônia os carteis das drogas deitam e rolam e estão armados até os dentes, tanto em rotas fluviais, aéreas e terrestres. E coisa de louco *** Tudo indica que o ex-prefeito de Porto Velho José Guedes se aposentou e deixou as disputas eletivas *** Ainda na ativa, o ex-ministro da Previdência e ex-senador Amir Lando reforça as paliçadas para disputa em 2026. Pode ser ao Senado ou uma cadeira a Câmara dos Deputados.  


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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